Este ano não vai ser igual àquele que passou. Com certeza é o que a torcida do Flamengo sonha para 2021. Mas exatamente o oposto do que os Rubro-Negros esperavam da temporada passada depois de viverem o histórico 2019, em que terminou como o melhor time da América do Sul. E até que havia motivos para isso, já que a equipe iniciou 2020 ainda mais forte com as contratações dos atacantes Pedro, Michael, destaque do Brasileirão, e Pedro Rocha, do meia Thiago Maia e dos zagueiros Leo Pereira e Gustavo Henrique.

 

O técnico Rogério Ceni terá 12 jogos para colocar o Flamengo no caminho das vitórias – Alexandre Vidal/Flamengo

E tudo corria como o programado nos três primeiros meses do ano com as conquistas da Recopa Sul-Americana em cima do Independiente Del Valle, do Equador, e da Supercopa do Brasil sobre o Athletico-PR. Além disso, o time ainda fazia uma boa campanha no Carioca e na Libertadores.

Mas havia um vírus no meio do caminho, no meio do caminho havia um vírus. O futebol parou em março e só voltou em junho. E aí a maior preocupação passou a ser a renovação do contrato com o técnico português Jorge Jesus. O treinador deu o sim em junho e um não um mês depois para dirigir o Benfica, de Portugal, tendo conquistado antes o Estadual, mas sem que a equipe apresentasse o brilho de 2019. No total, em 2020, o treinador dirigiu o time em 22 partidas, tendo vencido 18, empatado três e perdido somente uma para o fraco Fluminense por 1 a 0 pelo Campeonato Carioca.

Mas o Flamengo não se fez de rogado e logo trouxe o catalão Domènec Torrent, ex-auxiliar do grande Pep Guardiola. O novo comandante chegou em meio à volta do debate técnico estrangeiro x treinador brasileiro e com a antipatia de parte da crítica. Comandou o time em jogos memoráveis como no empate de 2 a 2 com o Internacional, líder do Brasileirão na ocasião, em Porto Alegre, e na goleada de 5 a 1 sobre o Corinthians, em São Paulo.

Mas apareceu a Covid-19, que derrubou o protocolo preparado pelo clube, e pôs fora de combate quase todo o time, incluindo o próprio treinador e seus auxiliares. Neste contexto, o time sofreu sua maior goleada na história da Libertadores: contra o Independiente de Valle por 5 a 0, na altitude de Quito, no Equador. Conseguiu se recuperar em seguida e se classificar em primeiro na fase de grupos.

No Brasileirão, por causa do vírus, ele teve que escalar quase o time sub-20 do Flamengo para enfrentar o poderoso Palmeiras, em São Paulo, porque o clube paulista e a CBF se recusaram a adiar a partida. Liderado pelo meia Arrascaeta, a garotada do Ninho arrancou um empate de 1 a 1, considerada uma verdadeira vitória. Porém, não resistiu a duas goleadas pelo Brasileirão. Um para o São Paulo de 4 a 1, de virada, no Maracanã, e outra de 4 a 0 para o Atlético-MG, no Mineirão. Nos 26 jogos em que dirigiu o time, o catalão venceu 15, empatou cinco e perdeu seis.

No início de novembro chegou Rogério Ceni prometendo devolver o futebol de 2019 ao time. Com apenas um treino, estreou no Flamengo na derrota de 2 a 1 pela Copa do Brasil, competição em que a equipe acabaria eliminada. Só conquistou a primeira vitória no quarto jogo contra o fraco Coritiba por 3 a 1 no Maracanã. A seguir também foi eliminado nos pênaltis pelo Racing, da Argentina, após dois empates de 1 a 1. Com apenas o Brasileirão para disputar, passou a ter mais tempo para treinar a equipe, coisa que seu antecessor não teve. Terminou o ano com dez jogos, sendo quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas. No entanto, ele não ainda não conseguiu reviver o Flamengo intenso, envolvente e brilhante de 2019. Mas terá 12 partidas no Campeonato Brasileiro para isso.

No total, o Flamengo encerrou o ano com 58 partidas. Nelas, venceu 37, empatou 12 e perdeu nove.

 

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