O Flamengo agiu como aquele ser humano que vive sem muito compromisso e precisa tomar um susto na vida para reagir. Não foi necessariamente uma novidade para o Rubro-Negro, que agiu assim em muitas ocasiões, por possuir uma equipe recheada de craques, e que acredita na vitória a qualquer momento. Saiu atrás no placar, teve um gol (bem) anulado, e só então tomou vergonha na cara: passou a correr atrás do resultado, venceu por 5 a 1, e Bruno Henrique, que havia marcado, sem valer, meteu três em um período inferior a 10 minutos. É assim: às vezes, se não é surpreendido, não consegue sair do marasmo. Se você, que é jovem, não sabe, isso também ocorria com aquele time do Zico, o maior da história do clube.

Os times fizeram um primeiro tempo equilibrado, com paralisações demais para um clássico, e por isso apenas duas oportunidades para cada lado, as mais evidentes em conclusões de Vitor Bueno, aos nove minutos, e Gabriel aos 28, para defesas dos goleiros. O São Paulo esteve mais articulado no começo, quando procurou jogar ofensivamente, mas como não conseguiu marcar, preferiu recuar estrategicamente, o que deixou o Flamengo com a bola, mas sem idéia de como ameaçá-lo. O que se viu até ali, a propósito, não foi capaz de oferecer projeção para a etapa derradeira, pois se o time carioca esteve muito longe de seus melhores dias, o paulista, apesar do esforço, não fez nada além de justificar a sua posição ridícula na tabela.

Mas veio a etapa derradeira e Arboleda fez 1 a 0, após escanteio cobrado por Rodrigo Nestor. Logo, a equipe da casa ficou assustada. Bruno Henrique usou o braço para marcar um gol, imediatamente anulado, Rodrigo Caio e Felipe Luiz foram advertidos com o cartão amarelo, e Michael substituiu Éverton Ribeiro. Momentos de indefinição. É fato, no entanto, que o São Paulo não soube aproveitar a vantagem, e acabou tomando um gol após falha primária da defesa – Arrascaeta cobrou escanteio rasteiro e Bruno Henrique, livre, tocou para empatar. Daí, o tricolor perdeu o rumo de vez. Impressionante. Aos 24, Bruno Henrique bateu de longe e marcou um golaço: 2 a 1. Aos 32, Bruno Henrique meteu a cabeça e fez 3 a 1. Aos 40, Gustavo Henrique fez 4 a 1, e nos acréscimos, Michael dividiu com Wellington, e o apoiador completou, contra: 5 a 1.

O curioso é que no fim das contas o São Paulo acabou justificando, para valer, a sua posição absolutamente insuportável para um clube de tal grandeza.

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