Nas discussões mais acaloradas entre os alvinegros, ganhou corpo o debate a respeito de o Botafogo celebrar ou não o título da Série B do Campeonato Brasileiro, afinal, trata-se de um time de proporções mastodônticas para o futebol internacional e de uma instituição que sabe o seu lugar na história do esporte mais apaixonante do mundo, embora com três rebaixamentos no lombo. Clube e torcida festejaram de maneiras diferentes a taça conquistada no último domingo (21), com a vitória sobre o Brasil (RS) por 1 a 0, em Pelotas. As duas formas estão corretas. Em comum, contudo, ambas as partes podem orgulhar-se da resposta contundente a quem decretou o fim da Estrela Solitária. Uma agremiação, que arrebata milhões de seguidores capazes de defender o escudo seja lá aonde e como for, jamais desaparecerá.

O Botafogo, porém, nos últimos anos, contribuiu para deteriorar a própria imagem diante dos rivais e gerar uma certa má vontade da imprensa esportiva, fato que alavancou uma mídia independente e especializada nos assuntos do Glorioso. Nos últimos anos, o clube foi vilipendiado por gestões temerárias e amadorismo de seus dirigentes. A situação financeira, em General Severiano, continua tão delicada que, recentemente, o vice-presidente Vinicius Assumpção declarou que o Alvinegro permanecerá “rebaixado” até maio de 2022, apesar de um acesso obtido com três rodadas de antecipação.

O Glorioso, agora, pode “vender-se” como a equipe que teve uma campanha impecável na tão anunciada “Segundona mais difícil de todos os tempos”, com outros grandes e clubes de tradição apontados como favoritos (Vasco, Cruzeiro, Coritiba e Guarani). Um feito muito importante para quem começou o torneio em frangalhos, preocupado com a parte baixa da tabela e desacreditado pelos sábios de plantão. O principal mérito foi saber o momento exato na correção da rota. Sob este prisma, são louváveis as ações para comemorar o bicampeonato da Série B durante a semana.

A torcida, por sua vez, pode terminar o ano como a mais feliz do Rio de Janeiro e a única com um título na mão ao fim do segundo semestre. Nem por isso os alvinegros – satisfeitos, claro -, soltaram rojões ou tomaram as ruas da cidade. O botafoguense sabe equacionar expectativas. A festa será restrita ao Estádio Nilton Santos, local que marca a despedida de 2021, no próximo domingo (28), contra o Guarani. E nada mais.

Clube e torcida têm um longo caminho a percorrer para, pelo menos, estabelecer-se na elite. O mais importante desta temporada, no entanto, já está logrado. O Botafogo desmentiu, mais uma vez, os seus detratores.

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