Ele chegou em frente ao portão e a Cachorrada o recebeu sorrindo, as malas deixou pelo chão, além dos projetos sociais, de parte da família, das promessas sabáticas, mas por quatro meses, voltou.

Como será o amanhã, responda quem puder. O que irá acontecer, o destino alvinegro será como Deus quiser e o Cuca escalar. Mas será que é cedo ou tarde demais pra dizer adeus ou pra dizer jamais ao Brasileirão? Não sabemos, o que se tem conhecimento apenas é que ele apareceu do nada, para dizer: “não nego um chamado do Galo”.

Cuca volta ao Galo após sete meses. Neste domingo, faz a sua reestreia – Reprodução/Youtube

Então, só faltava um ajuste, carecia só conter os egos feridos, era um carinho do tipo assim: me liga, me manda um telegrama, uma carta de amor, que eu vou até lá, eu vou, eu vou até lá, eu vou … Era só um carinho, o melhor lugar do mundo é dentro de um abraço, pô. Assim como a espada justiceira dos Thundercats, da visão além do alcance, em que Lion convoca seus amigos para salvar o mundo, Cuca atendeu o chamado da Cidade do Galo.

A gente sabe, o Stival tem seus rituais, mas a Massa acredita que o acaso vai proteger o Galo enquanto o nível de superstição estiver atingido. O Galo vibra em outra frequência. Seria até mais fácil fazer como todo mundo faz, mas atleticanos dançam no silêncio e não ultrapassam a Ferrari sentados na facilidade do sofá. Atleticano atende o chamado da luta e vai ao jogo para “trabalhar”.

Na verdade, a Massa acredita em Yesterday, o galista acredita no ontem, contudo, não descarta a poesia contemporânea de um futuro bom que diz: “saudades do que a gente não viveu”, quem sabe mais uma Libertadores… A década que iniciou é de um sol que se abre, de uma casa ensolarada, arejada. Amanhã pode até ser uma canção de Guilherme Arantes e mesmo que uns não queiram, será de muitos que esperam ver o dia raiar.

Cuca voltou. A Casa é dele, porém torcer para o Galo é correr o risco da infinita Highway somada à sinuosidade das curvas de Santos. Mas se você pretende saber quem são, eu não posso lhe dizer, entre no carro louco de ser Galo que você irá tentar, no máximo, se entender.

No fim de tudo, o que fica é o legado de Fábio Júnior. O atleticano diante do Galo nunca ultrapassará ou deixará seus planos, os sonhos não envelheceram. Sempre estará vigoroso em seus vinte e poucos anos, como um menino que vibra ao ver a escalação do seu time a cada jogo. Apenas há uma carcaça incoerente com suas práticas de jovem eterno ao passar pela sua fonte de plenitude, o distintivo do Atlético.

O que será do amanhã? Onde o ônibus vai estacionar? Nessa bumba você anda mais e digo mais: o Cuca só cantava assim no Paraná: você não soube me amar, você não soube me amar. Me liga, manda um telegrama, uma carta de amor, que eu vou até lá, eu vou, pro CT do Galo, eu vou.

Os rituais do Cuca e do Galo estão todos em uma rotina diferente do viver, no paradoxo. Mas uma coisa é certa: ele voltou depois daquela canção:
“Alô, tô ligando pra saber como você está. Tava à toa, resolvi ligar, pra contar que sonhei com você. É tão bom ouvir de novo sua voz”.

Agora o Galo tem tudo: time, torcida e técnico, só falta saber onde e como estacionar o ônibus. O Galo vibra em outra frequência e o nunca é, no máximo, um até logo, sô. É no íntimo. O que será do amanhã? Sabemos. Começa tudo de novo e sempre será assim …

O pulso ainda pulsa, mas não estacione de ré. Todas as canções do Cuca, mesmo no caos, são do Cuca, são de ninar. Por quatro meses o sono atleticano será mais regular, só falta saber como o ônibus vai estacionar.

*Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10

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