Marcelo Damato

A Alemanha e a liberdade de expressão

A atitude dos jogadores da Alemanha de tapar a própria boca na foto oficial do início do jogo contra o Japão foi mais do que uma defesa do direito de expressão, de forma verbal ou gráfica, foi a exposição de que os direitos humanos ainda estão muito abaixo de outros valores, religiosos, por exemplo, no Qatar bem como na maioria do planeta.

Jogadores da Alemanha protestam antes do jogo de estreia na Copa  Anne-Christine Poujoulat/AFP via Getty Images

Para alguns os direitos humanos são como o ar que se respira. Mas, para muitos mais, não significam quase nada. Em vários dos países que disputam a Copa, a homossexualidade é crime. Mesmo em alguns países europeus, os gays são mais tolerados do que integrados.

Em vários aspectos, a valorização dos direitos humanos é mais a exceção do que a regra porque há relativamente pouco tempo, os homens nem pensavam nisso.

O primeiro documento foi Declaração dos Direitos do Universal dos Direitos do Homem, de 1789, e era restrito à França. Tem 233 anos, em cerca de 200.000 anos de existência do homo sapiens e 8 mil de sociedades bastante organizadas
Só em 1948 (74 anos atrás), surgiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU. E onde ela é mais aplicada? Basicamente, na Europa ocidental, em ex-colônias britânicas, na América do Norte e do Sul e em parte da América Central e Caribe. Países com forte influência da cultura ocidental, como Austrália, Nova Zelândia, Japão e Coreia do Sul, tendem a ser mais tolerantes também.

Se o país é democrático…

Durante décadas, houve uma certa cortina entre esses mundos. Nas Copas do Mundo, ela funcionava bem quando a sede era em países democráticos. Mas bastou ir para países mais fechados, como Rússia e Qatar, para a controvérsia surgir.
Espere pela Copa da China.

*Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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