A gangorra do futebol é cruel

O Fluminense do técnico Abel Braga vem de dez vitórias consecutivas, empolgando a torcida tricolor. Venceu três clássicos e os dois duelos com a equipe colombiana do Millonários, primeiro adversário em busca da vaga na fase de grupos da Libertadores da América.

A campanha neste começo de temporada, de fato, merece ser exaltada. Afinal, o time lidera o Campeonato Carioca com quatro pontos de vantagem em cima do Flamengo, sem dúvida o principal adversário na briga pelo título. Agora, na Libertadores, terá pela frente o Olimpia, do Paraguai, que eliminou o Atlético Nacional, da Colômbia.

Apesar do ótimo começo à frente da equipe tricolor, Abel sabe que a classificação à principal competição sul-americana é vista no clube e, principalmente pela torcida,  como obrigação. Não dá para vacilar, deixar a vaga escapar e ver todo o trabalho feito até agora se transformar em pura pressão.

Para honrar os investimentos feitos pela diretoria, é fundamental a classificação. Para isso, uma vitória no Rio na quarta-feira se torna imprescindível. E aí pode estar um problema. O Fluminense tem um estilo baseado no contra-ataque, e o Olimpia não vai sair para o jogo. Pode ser um grande teste para avaliar as atuais alternativas de Abel, conhecido pelo conservadorismo.

O Fluminense é mais time e tem totais condições de avançar. No entanto, é preciso fazer um bom resultado em casa e viajar a Assunção com mais tranquilidade. Do contrário, o elogiado começo de temporada pode virar pó. O futebol é assim: uma bola na rede muda tudo. Com décadas de estrada, melhor do que ninguém, Abel sabe disso.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.

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