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Foi uma partida divertida, para quem não torce por nenhum dos times, pois se a técnica tirou o domingo para passear, houve boa movimentação, e placar aberto até o fim. O Ceará teve a vitória na mão, mas considerou que isso era formidável para ser verdade, e o visitante, sem um punhado de feras, ainda conseguiu empatar, o que fez do 1 a 1 um resultado lógico. Se os reservas, ou base, do Flamengo fossem espetaculares, como se diz, o clube não iria à Europa buscar reforços, que na realidade são apostas, nada além, tentando repetir histórias recentes e felizes, como as Felipe Luiz, Diego, Gérson e Gabriel.

Seria necessário ter a capacidade de um pequeno inseto voador para ouvir exatamente o que Guto Ferreira disse aos comandados, mas desde o começo ficou evidente que ao ver a escalação do Flamengo, uma hora antes de a bola rolar, o técnico do Ceará excluiu a possibilidade de jogar para trás, pois como velho conhecedor do futebol, sabe que há um abismo entre o time titular rubro-negro, notadamente Arrascaeta, e o genérico, carregado de reservas.

Pois o que se viu, desde o começo, foi uma ligeira superioridade da equipe local, que, na realidade, demorou até mostrar, na prática, tal condição, dado que só abriu o placar com meia hora, quando Vinicius meteu 1 a 0, e pouco depois de desperdiçar grande oportunidade. O Flamengo, que com o time de verdade costuma criar muitas chances, só conseguiu ameaçar pela primeira vez aos 37 minutos, quando Gabriel, de frente, colocou bisonhamente para fora. Não, Arrascaeta não é Zico, que ninguém faça comparação como esta, mas é o principal ponto de referência da equipe carioca, que sem o uruguaio passa a depender do brilho individual das outras estrelas. E como essas também estão ausentes, o Flamengo é um concorrente comum.

A propósito, o Rubro-Negro, o titular, é claro, criou tal fama, justificada pela quantidade de conquistas consecutivas, que o Ceará ficou assustado ao perceber que estava ganhando o jogo, cismou de recuar, o suficiente para deixar a bola nos pés do adversário, que aos trancos e barrancos, deu até a impressão, aos mais fanáticos, de que poderia empatar, embora não tenha proporcionado nada além de chutões a esmo.

Mais uma vez, vem a vontade de ser um pequeno inseto voador, durante o intervalo, para entrar no outro vestiário, o do visitante, e nesse para saber as providências que Renato Gaúcho pensava um tomar, ao olhar para o banco e constatar, assustado, que ali estavam os reservas dos reservas. Ainda não começou o segundo tempo, mas é possível imaginar que Guto Ferreira, nesse momento de reflexão, esteja solicitando aos seus comandados que expliquem os motivos que os levaram a entregar a bola ao adversário, depois do 1 a 0, quando poderiam ter até liquidado a questão. Mas vale aguardar o que vai ocorrer no segundo tempo, pois se o Ceará voltar disposto a ganhar, não terá problemas para fazê-lo.

O jogo recomeçou sem mudanças, o que é lógico, pois, apesar do recuo, no fim, o time da casa fez boa primeira etapa, e o Flamengo, na prática, não tem peças de reposição. Pois o Ceará voltou a mil, e jogou pelo menos duas chances excelentes no lixo, e em uma fração de segundos, deixou o Flamengo empatar, em chute do fenômeno Vitinho. Diante do fato, o ritmo caiu, e o resultado final ficou francamente indefinido. Rick e Michael perderam gols. Do lado de fora, Pedro, de colete, observava tudo com tristeza, sonhando, quem sabe, em voltar ao Fluminense.

Aos 79 minutos, o Ceará fez três trocas. Renato Gaúcho só mexeu aos 82. Fim de feira total. Até o inseto, ali, já havia ido embora. Diego saiu revoltado. Imagine o que é ser substituído pelo Max. Pelo visto, o Ceará estava feliz em empatar com o genérico do Flamengo, e este conformado em voltar de Fortaleza com um pontinho sem graça, e como Palmeiras apanhou pela manhã, o Atlético, ao que parece, começa a se aproximar do fim de meio século de espera.

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