A seleção que botou medo no Terceiro Reich

A Europa estava em ponto de ebulição em 1939. Antes de assinar e romper o pacto de não agressão firmado em conjunto com a União Soviética – o famosíssimo Molotov-Ribbentrop (bom nome para vocês batizarem seus filhos) -, o já estabelecido regime nazista recebera notícias não muito animadoras do outro lado do Atlântico: uma seleção do Terceiro Mundo poderia arruinar novamente a imagem do Terceiro Reich, desta vez, na Copa do Mundo de 1942. Para piorar, o Brasil, país vizinho da grande ameaça, era concorrente dos germânicos para organizar aquele Mundial.

Inquieto, o governo de Berlim não admitia ser humilhado mais uma vez no esporte, uma das propagandas estratégicas dos ultrarreacionários e da raça ariana. A lição já fora dada pelo atleta negro estadunidense Jesse Owens, medalha de ouro em 1936, nos Jogos Olímpicos disputados na capital alemã. Isso sem mencionar Cornelius Johnson, outro “intruso” que ficou no lugar mais alto do pódio.

A experiência daquele verão europeu mostrava que o país não poderia mais brincar com a sorte e tampouco com a soberba. A guerra, portanto, foi a única solução encontrada para a Alemanha, sob o jugo nazista, não enfrentar um quinteto formado por Moreno, Di Stéfano, Pedernera, Labruna e Lostau; astros de uma Argentina que atropelava, sem piedade, qualquer rival.

O confronto bélico entrou na pauta da cúpula nazista. Dias depois, o exército alemão, com a Primeira Divisão Panzer, marchava na direção do Leste Europeu, logrando o êxito de evitar um match contra os craques de uma seleção soberana na América do Sul.

Siga o Jogada10 nas redes sociais: Twitter, Instagram e Facebook.