Tiquinho, Pedro, Cano e Vegetti, a princípio, são os favoritos na luta pela artilharia do Carioca
Tiquinho, Pedro, Cano e Vegetti, a princípio, são os favoritos na luta pela artilharia do Carioca - Fotos: Vitor Silva/Botafogo / Marcelo Cortes/Flamengo / Marcelo Gonçalves/Fluminense / Daniel Ramalho/Vasco da Gama

Falta muito pouco para começar mais um Campeonato Carioca, e a edição de 2024 promete uma briga boa de artilheiros. Talvez, como há muito não se via no Rio de Janeiro. Afinal, os quatro grandes contam com os autênticos “camisa 9” e já bastante identificados com sua respectivas torcidas. Entre Tiquinho, Pedro, Cano e Vegetti, quem vai levar?

A disputa remete a épocas áureas do futebol, quando ter um centroavante de qualidade era pré-requisito básico de qualquer time decente. A última grande era de artilheiros foi o auge dos anos 90, quando as provocações e a fanfarronices davam um tempero especial à rivalidade. Túlio Maravilha, Romário, Renato Gaúcho e Edmundo, no Rio, tinham perfis semelhantes nesse sentido.

Depois de um período de escassez do famoso homem-gol, hoje o Botafogo confia em Tiquinho, que marcou 29 vezes em 2023, apesar da queda de rendimento na reta final. Já Pedro jogou a última Copa do Mundo e, aos 25 anos, é dono da área no Flamengo. Cano, então, nem precisa de apresentações, com mais de 80 gols em dois anos pelo Fluminense. Por fim, Pablo Vegetti, o “novato” e ao mesmo tempo mais velho da turma, que caiu nas graças do Vasco ao ser decisivo para salvar o clube do rebaixamento.

Tiquinho, Pedro, Cano e Vegetti, a princípio, são os favoritos na luta pela artilharia do Carioca – Fotos: Vitor Silva/Botafogo / Marcelo Cortes/Flamengo / Marcelo Gonçalves/Fluminense / Daniel Ramalho/Vasco da Gama

Números do quarteto artilheiro do Rio:

Tiquinho: 70 jogos e 35 gols (média de 0.50)
Pedro: 219 jogos e 94 gols pelo Flamengo (média de 0.52)
Cano:  131 jogos e 84 gols pelo Fluminense (média de 0.64)
Vegetti: 21 jogos e 10 gols pelo Vasco (média de 0.47)

“Os artilheiros atuais têm perfis bem diferentes. Um no auge da idade e carreira, que é o Pedro. E os outros com perfis e estilos diferentes entre si, mas estão sim entre os principais duelos de atração do Estadual do Rio. Só que nenhum deles tem essa característica da provocação. Seria divertido (se tivessem)”, resumiu o comentarista Arnaldo Ribeiro, acrescentando que um outro goleador tenha virado coadjuvante:

“É curioso que a gente cite os artilheiros de cada time para o Campeonato Carioca e não cite o Gabigol. Entre uma e outra boa temporada, ele certamente começa essa em segundo plano”, ressaltou, em razão do último ano abaixo da média.

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Já um dos editores do Jogada10, Leonardo Pereira, vê alto nível no quesito faro de gol tanto entre os camisas 9 atuais e os mais antigos. Porém, ressalta que a mudança de regras de etiqueta no futebol tornou o comportamento bem diferente e menos divertido.

“Não tem comparação com os anos 90. O futebol atual é dominado pelo politicamente correto e pelo media training das entrevistas. Os artilheiros atuais são preparados para passar a imagem de bons mocinhos. Se alguém sai um pouco da linha já é duramente criticado. Sem dúvida, a qualidade é a melhor em muito tempo, mas, em campo, também não há como estabelecer nenhum paralelo. Naquela época, havia a famosa “banheira”. Hoje, o centroavante tem outras funções e precisa ajudar na recomposição quando a equipe não tem a bola. Aquela década ficou no imaginário coletivo pelos bons personagens que apresentou”, acredita.

Túlio, Romário, Renato e Edmundo formaram uma geração de artilheiros e fanfarrões – Fotos: Divulgação

Os grandes artilheiros deste século

O futebol brasileiro produziu, irregularmente, muito bons artilheiros que sucederam os craques do passado. Nomes como Fred, Dodô, Luizão, Luis Fabiano, Washington, Vagner Love, Alecsandro, Kléber Pereira, entre outros, fizeram muitos gols em anos diferentes. Além disso, importamos feras como Guerreiro, Loco Abreu, Forlán, Suárez… sem contar os “garimpos” que tem como exemplos Cano e Vegetti.

Mas a geração atual parece ser a mais encorpada de goleadores em muito tempo. Isso se deve, também, à volta com tudo do esquema com dois pontas e um jogador de área, que deixou de ser prioridade na década passada. Basta checar a lista de artilheiros de campeonatos como o Paulistão e o Carioca para vermos quantos “meia-atacantes” levaram a honraria.

Hoje comentarista, Dodô foi um dos grandes artilheiros recentes e passou por Bota, Flu e Vasco – Reprodução/Instagram

Calendário do Cariocão 2024

A bola rola a partir de quarta-feira, com Botafogo x Madureira e Flamengo x Audax entre as partidas dos grandes. Na quinta, o Vasco recebe o Boavista e o Fluminense visita o Volta Redonda. Destes, apenas o Glorioso deve escalar perto de força máxima. Assim, Tiquinho Soares tem chances de sair na frente na disputa entre os principais favoritos a goleadores.

Dos outros três, o Flamengo deve estrear com os titulares e depois segue para amistosos nos Estados Unidos; o Vasco segue com seus principais jogadores em pré-temporada até a terceira rodada; e o grupo do Fluminense ainda está de férias, por ter jogado Mundial até dia 23 de dezembro. Ou seja, pode ter mais dificuldades para a classificação na Taça Guanabara.

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