Abel Ferreira começou muito bem no Palmeiras. São quatro vitórias em quatro jogos, sem contestação. A última vítima da arrancada palmeirense foi o Fluminense, que perdeu por 2 a 0, ambos os gols marcados por Raphael Veiga. O treinador vem mudando o estilo do Verdão, inclusive, horários de treinos.
“Sei que às vezes o brasileiro gosta de dormir até mais tarde. Perguntei à equipe, temos pouco tempo para treinar, mas podemos treinar de manhã. Senti na parte dos capitães falando que estavam aqui para aprender, melhorar. Quando você ouve isso, e eles aceitam de alma e coração, temos mais tempo de preparação”, declara.
A saber, isso é algo comum na escola europeia e, claramente, está fazendo bem ao time palmeirense. Os jogadores tem respeito pelo técnico e a postura em campo é bem diferente de outros tempos. Não há apatia.
Afinal, o que ele fez de tão bom? A princípio, acertou a defesa, muito mais sólida. Não levou gol ainda. E são sete a favor.
“Mais um jogo sem tomar gol e com muita qualidade individual. Queremos fazer o jogo mais coletivo, pensando as mesmas coisas ao mesmo tempo. É o que temos visto, não só pela forma como jogamos ofensivamente, mas ter a consistência e a disciplina em que todos defendem e todos atacam”, diz Abel.
O foco na coletividade é típico da Europa, onde não costuma ter tantos talentos individuais como o Brasil.
“Não prometo título, mas prometo entrega com jogo coletivo muito forte, porque acredito nisso. Juntos somos mais fortes. Acredito em um jogo em que todos dependem de todos”, comenta o técnico português, que sempre faz questão de, inteligentemente, elogiar o time e a aceitação dos jogadores com relação ao que ele requisita.
Por outro lado, enquanto Abel começa acachapante no Verdão, Rogério Ceni no Flamengo, tem dois jogos sem vitória, e coloca a culpa em erros individuais. No primeiro jogo, a falha do goleiro Hugo Souza. No último, um gol incrível perdido por Lincoln. Ele já parece demonstrar certo nervosismo, e a frustração é clara pelo início ruim.
A leva de portugueses vindo treinar clubes brasileiros é um modismo após o sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, não há dúvidas sobre isso. Mas Abel chega bem demais. E Sá Pinto, com um time bem inferior, tenta resgatar o Vasco.
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