Assustado com a situação do Brasil frente ao avanço desenfreado da Covid-19, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, defendeu a paralisação do futebol, em entrevista ao jornal “A Bola”, de Portugal. Com frequência, o país sul-americano bate recordes de casos, óbitos e registra, nesta segunda-feira (29), uma média móvel de 2.598 mortos por dia.

“Bastávamos falar ‘todos somos um’, encararmos a pandemia com este espírito. Três mil pessoas morrerem ou uma morrer, para mim, é igual. É uma vida. Não tenho, neste momento, conhecimento suficiente para dizer o que vai ser o futuro. Não sei dizer se vamos ter que parar um mês, dois meses, não sei. Mas vai ter de parar. Os números são assustadores. Se tivermos que abdicar do que quer que seja, vamos fazer em prol da saúde”, avisou o treinador lusitano do Verdão.

Em Portugal, Abel foi condecorado pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa – Rui Ochoa/Presidência da República

Em seguida, Abel cobrou medidas mais enérgicas das autoridades responsáveis por combater o coronavírus.

“Quem decide, quem manda, e esta não é a minha função, tem que ter a perfeita noção da responsabilidade que tem em mãos. E mais: a responsabilidade não é sua, nem minha, é nossa. É o adversário que mais me preocupa nesse momento. Nós temos que encontrar uma solução conjunta e rapidamente tentar estancar a tragédia que estamos a assistir. Temos que fazer isso também para manter a imagem do Brasil cá fora. O país precisa tomar medidas sérias para travar esta pandemia, o que obviamente vai ter reflexo no futebol”.

Afastado da família, que não pôde acompanhá-lo no Brasil, o treinador ainda está em Portugal, em visita aos seus parentes. Ele deve retorna à Academia de Futebol nesta quinta-feira, em um avião particular bancado por Leila Pereira, dona da principal patrocinadora do Palmeiras, a Crefisa.

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