Abel Ferreira teme Brasileirão decidido fora ‘das quatro linhas’

Depois do pronunciamento de Anderson Barros com duras críticas à arbitragem, coube a Abel Ferreira conceder sua entrevista coletiva. Mas a vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o Ceará na Arena Castelão, pelo Campeonato Brasileiro, não impediu o treinador de falar sobre a atuação do árbitro Anderson Daronco. O técnico português, inclusive, colocou em xeque a possibilidade de a competição ser definida dentro de campo.

O clube reclama da expulsão de Ricardson, do Ceará, ter ocorrido somente após a análise do VAR, e do pênalti marcado em cima de Vina.

Flaco López em ação pelo Palmeiras diante do Ceará, na Arena Castelão – Cesar Greco / Palmeiras

“Temos que valorizar mais aquilo que temos, não podemos ficar mais só nas cadeiras que temos e receber o nosso dinheiro sem ação. Fico triste, porque gostaria de ter um comportamento diferente no banco, tenho feito um esforço muito grande para me controlar, mas acontecem coisas dentro do campo que me tiram do sério, porque há muita coisa em jogo. Há títulos, prestígio, dinheiro e, acima de tudo, o nosso trabalho. Na última conferência disse que gostaria que esse campeonato fosse decidido dentro das quatro linhas por duas equipes, mas começo a ficar com algumas dúvidas. Mas vamos continuar”, pontuou o comandante.

De acordo com Abel Ferreira, a “penalidade” de Danilo foi capital para equilibrar a partida:

“Falar do jogo é dizer o quão difícil é jogar aqui. Nosso adversário tem empatado e ganhado contra grandes equipes, está do meio da tabela para cima. Sabemos o quão importante foi a vitória e o quanto meus jogadores trabalharam para isso. Fizemos uma primeira parte boa, inteligente. Jogamos o melhor que podíamos neste gramado. Depois da expulsão, controlamos o jogo todo até um lance que eu não controlo”.

“Não vou voltar a concentrar a minha energia naquilo que não controlo. Se querem saber o que acho da arbitragem, está no meu livro. Tem lá um capítulo em que digo o que penso. Só digo que o futebol brasileiro é uma das maiores indústrias do país, a que mais exporta, a que mais dinheiro dá ao Estado, e nós só temos a responsabilidade do que controlamos. A minha função é valorizar o espetáculo, o clube e os jogadores”, acrescentou.

Abel valorizou o trabalho realizado no Verdão em meio a tantos aspectos que envolvem as competições.

“Tem muitas coisas em jogo, títulos, prestígio, dinheiro, e mais que tudo, está nosso trabalho. E ele nos custa muito, nos obriga a estar longe da família. Temos de fazer um esforço para mudar, não apenas palavras. Mas essa parte não depende de mim. Continuarei a ser um treinador feliz com minha equipe. Foi isso que meus jogadores fizeram aqui, uma vitória justa e que poderia ser até maior. Sofremos um pouco no fim, mas faz parte, é futebol”.

“O Ceará nem tocava na bola, houve um lance que colocou o Ceará no jogo. Depois, criou aquela esperança com bolas longas e bolas na área. Para mim, o jogo nunca está controlado. No futebol, tem fatores aleatórios e hoje o que mudou foi um fator aleatório que não controlamos, mas um fator que tornou um momento duro para nós”, afirmou.

Em contrapartida, o treinador alviverde disse que Daronco é um dos melhores árbitros do Brasil.

“Sinto uma mágoa dentro de mim, porque este senhor (Daronco) é um dos melhores árbitros brasileiros. Hoje ganhamos, mas poderíamos ter empatado ou perdido, Já ficamos fora de uma competição por coisas que não controlamos. Portanto, é dar os parabéns aos meus jogadores que foram guerreiros, competentes, inteligentes. Seguir nessa luta e procurar ser positivo para passar por todos os obstáculos, dando sempre”, encerrou.

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