Após o empate do Boca Juniors diante do Argentinos Juniors por 2 a 2, no último sábado, pelo Campeonato Argentino, o centroavante Ábila, do Boca Juniors, foi perguntado se havia tido contato com os dois atletas do Santos que testaram positivo para o novo coronavírus (o goleiro John e o zagueiro Wagner Leonardo). O Peixe foi adversário do time portenho na última quarta-feira, na Bombonera, pelo confronto de ida da semifinal da Copa Libertadores. O ex-jogador do Cruzeiro, então, afirmou que seu contato mais próximo foi com Marinho, a quem, primeiramente, se referiu como “negro”.
“Troquei com Marinho, com o negro, porque o conheço”.
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Em seguida, diante de uma possível repercussão negativa, Ábila corrigiu.
“Bom, com o moreno, porque agora se você diz ‘negro’, te denunciam. É carinhosamente. Se quem diz ʽnegroʼ sou eu, o que resta para os outros, não?”, justificou.
Racismo ou forma carinhosa, os vizinhos sul-americanos e arquirrivais dentro das quatro linhas reagiram de formas diferentes. Enquanto o jornal “Olé”, da Argentina, colocou um emoj de uma risada para divulgar a notícia, os internautas brasileiros mostraram indignação.
😂 La respuesta de Wanchope Ábila cuando le preguntaron si había cambiado camiseta con el arquero de Santos. pic.twitter.com/nCAAAon1o6
— Diario Olé (@DiarioOle) January 10, 2021
As declarações de Ábila ocorrem na esteira de um caso envolvendo Cavani, do Manchester United, suspenso por três jogos e e obrigado a pagar multa de R$ 710 mil por usar o termo considerado racista. No Instagram, o jogador uruguaio respondeu com um “obrigado, negrito” ao ser cumprimentado por um compatriota depois de marcar duas vezes na vitória dos Red Devils sobre o Southampton por 3 a 2, no fim de novembro, pela Premiere League. O astro charrúa esclareceu o ocorrido, alegando o mesmo argumento. Utilizou “negrito” como uma forma carinhosa. No entanto, se desculpou.
“A mensagem que eu postei após o jogo era uma resposta afetuosa direcionada a um amigo, o agradecendo pelos elogios depois do jogo. A última coisa que eu quis fazer era ofender alguém. Sou contra o racismo e assim que fiquei sabendo que a mensagem pode ser mal interpretado, logo a apaguei. Gostaria de me desculpar”.
A punição gerou tanta comoção no Uruguai que torcedores lançaram o vinho “Gracias (obrigado em espanhol), negrito”.
🍷 En Uruguay encontraron otra forma de bancar a Cavani: lanzaron el vino Gracias Negrito para repudiar la insólita sanción que sufrió en Inglaterra
💬 "Debía ser un vino bien negrito, y debía ser un Tannat, que es nuestra cepa insignia”, contó Silvina Rosas, la impulsora pic.twitter.com/bUBcYe9mdu
— Diario Olé (@DiarioOle) January 9, 2021
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