Lucas Pedrosa

Acredite se quiser: o Vasco jogou bola

É até triste ler o título e lembrar que estamos falando do gigante Vasco da Gama, mas a verdade é que ver o time jogar futebol, nos tempos atuais, é um alívio do tamanho de sua história. A vitória contra a Ponte Preta, por 2 a 0, obviamente não esconde a dificuldade clara na tabela (10º, com 31 pontos) e muito menos que o time ainda precisa de reforços e evolução, mas dá alguma esperança ao torcedor de que o acesso ainda é possível.

Lisca teve uma semana para trabalhar e detectar urgências, além de potencializar qualidades, coisa que pouco era feita no Vasco. Começando pela zaga, a volta de Leandro Castan dá confiança psicológica e técnica para o time inteiro, porém, principalmente, para Miranda, que joga ao lado. Ter confiado no garoto em vez de insistir em Ernando foi acerto. As laterais receberam novas funções. Léo Matos e Zeca, por vezes, viravam volantes quando o Vasco tinha a bola e isso, inevitavelmente, liberava Andrey e Caio Lopes para apoiar.

Aliás, é inevitável citar que os dois volantes, não só pelos gols, fizeram partidas de alto nível. Povoando o campo, organizando a equipe e sendo efetivos na função. Andrey é um dos que recebe há muito tempo as críticas da torcida e até ameaça na porta da sua casa já aconteceu (um completo absurdo). Não que certas críticas não sejam merecidas, mas é fato que ele tem muito a dar ao Vasco se o Vasco der a ele como time. Jogar em um grupo organizado só vai potencializar o futebol do volante. Tomara que parte da torcida não vá aprender só quando vir ele jogando por outro clube. Já Caio é isso. Sempre foi bom. Sempre teve qualidade. Eleva o QI tático da equipe e ainda marcou um golaço. Sem pressão, tem tudo para se consolidar.

Ofensivamente Marquinhos Gabriel, que jogou aberto, deu a assistência. Lisca foi inteligente em perceber que não se pode dar mais responsabilidade do que um atleta aguenta. Ele nunca foi camisa 10. Nunca foi meia armador. É foi justamente no lado esquerdo que ele fez uma boa partida, até suprindo o jogo abaixo de Léo Jabá. Pec não pode se reserva porque ele nunca se entrega. A entrega dele é em campo, se doando, nunca abaixando a cabeça. E mostrou isso mais uma vez sendo importante. Cano é o Cano. Fazendo gol ou não, é o Cano. Indispensável para o Vasco e com uma inteligência acima da média.

Ainda há um longo caminho. Não está perto do ideal, mas o Vasco jogou bola. Acredite você ou não. Uma bola que agora precisa de regularidade para se tornar competitiva a ponto de fazer o Cruz-Maltino subir para a Série A novamente. Parabéns ao Lisca porque teve tempo e aproveitou. Mostrou que treinar é fundamental. Em prática, mais uma vez, a esperança vive.

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Flávio Almeida

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Flávio Almeida
Tags: colunas

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