A advogada espanhola Ester García Lopez concedeu entrevista para o portal ‘Uol’ na qual alguns trechos foram revelados. A profissional representa a parte da acusação de agressão sexual contra Daniel Alves, preso em caráter preventivo na última sexta-feira (20).
Segundo contou a advogada, a vítima do crime que teria ocorrido no último dia 30 de dezembro tem tido problemas para dormir diante do trauma. Inclsuive, fazendo uso de medicação controlada com ansiolíticos, remédios voltados para controle da ansiedade.
Além disso, ela agregou que Daniel não fez uso de preservativo no ato sexual. Algo que, consequentemente, acarretou a necessidade de que ela passe por um tratamento à base de um coquetel de medicações antivirais:
“Ela está recebendo apoio psicológico por meio de uma entidade pública com especialização no tratamento de vítimas de violência. O hospital, aliás, prescreveu todo um tratamento dirigido para evitar qualquer tipo de doença infecto-contagiosa, porque não foi utilizado nenhum preservativo. Além disso, ela também tem um tratamento farmacológico com ansiolíticos para poder dormir, mas me disse que não consegue desde o depoimento.”
Ester García agregou elementos que julgou como fundamentais para o atual cenário do caso como, por exemplo, o detalhado relato feito pela vítima em depoimento. Situação essa que, diante do elevado grau de risco traumático, ela considera como algo surpreendente:
“Ela deu um depoimento conciso, sem qualquer contradição, e isso é raro. Muitas mulheres sofrem de estresse pós-traumático e esquecem detalhes, se lembram depois, e isso não invalida a verdade. Mas no caso dela, isso não aconteceu. Ela se lembrava de tudo, do início ao fim. Isso, junto à possibilidade de fuga por parte do senhor Alves, que tem uma condição financeira favorável e dupla nacionalidade, foram determinantes para a prisão.”
Advogada vê evolução em caso diante de figura pública
A advogada avalia que, independentemente do veredito que será dado em julgamento do caso, a atitude da justiça espanhola perante uma figura pública como Daniel Alves mostra evolução no trato com situações dessa natureza:
“Independentemente de como acabe o caso, para mim já é um caso exemplar pelo modo como começou. Afinal, há alguns personagens públicos que se acham acima do bem e do mal, que acham que ninguém nunca acreditaria em uma garota como minha cliente. Portanto, há muitas mulheres que não denunciam quando se trata de um personagem público por causa da dificuldade em nível emocional e judicial. Mas acho que neste caso, espero que acabe com uma condenação. A prisão sem fiança já é exemplar.”
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