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O Brasil sempre foi um país dividido em diversos setores, mas, no período de Copa do Mundo, a separação ficava escanteada quando a Seleção entrava em campo. Porém, nos últimos anos e por causa de discussões políticas, é difícil não associar a amarelinha ao grupo político que chegou ao poder em 2018.

A CBF, neste sentido, iniciou uma campanha com a tentativa de desvinculação da camisa verde e amarela aos apoiadores do atual Presidente. No entanto, a entidade esbarrou em um problema dentro da própria Seleção. O atacante Neymar se posicionou a favor de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

O Portal Jogada10 foi atrás da opinião de jornalistas que estão no front da cobertura da Seleção Brasileira para saber se é possível inverter este jogo.

“Acontecerá o mesmo que em 1970, quando quem disse que torceria contra não resistiu ao primeiro gol do Rivellino. Na hora que a Copa começar, as pessoas se lembrarão que a Seleção é de todos, não dos fascitóides”, pontuou o jornalista Juca Kfouri, do site “Uol”.

Anteriormente, camisas e bandeiras amarelas da seleção pelas ruas sinalizavam dia de jogo do Brasil. No atual cenário, o questionamento é outro: a pessoa em questão é apoiadora de Bolsonaro?

“Eu achava que era possível desvincular, sim, mas, com as atitudes promovidas pelos apoiadores do Bolsonaro, acho que muita gente ainda vai associar. Porém, acredito que só a amarela, por exemplo. Da azul e branca, o pessoal tira um pouco essa coisa”, falou a jornalista Lorena Moreira, da Band.

Em agosto, durante o lançamento das camisas da seleção, a CBF convidou o rapper Djonga, bastante conhecido por suas músicas e posicionamento, para ajudar na campanha de desvinculação. O evento foi um sucesso.

Djonga com a camisa da seleção – Nike

“O futebol, muitas vezes, serve como uma válvula de escape da realidade. As pessoas esquecem, perdoam e costumam se unir. Imagino que sim, muita gente vai usar a camisa da Seleção, mesmo ela sendo um símbolo do bolsonarismo (corrente de extrema-direita). E, entre os movimentos de centro e de esquerda, há muita gente que defende que movimentos sociais e outros espectros políticos se apropriem do uniforme. Desta forma, ela volta a ser, novamente, um símbolo do futebol e não seja reconhecida como símbolo de um movimento político. Imagino apenas que os mais radicais não usarão a camisa durante a Copa do Mundo”, relatou Leonardo Miranda, jornalista do Grupo Globo.

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