Maio deverá ser mês de eleição no America, que está fora do Campeonato Carioca deste ano.  Segundo o vice-presidente jurídico do clube, Ricardo Florentino, uma reunião do Conselho Deliberativo (CD) será marcada entre março e abril, para agendar a data do pleito.

 

O sócio Carlos Frederico Kohler: ‘Nós só queremos que sejam cumpridas as determinações estatutárias’ – arquivo pessoal

“A faixa etária dos integrantes do Conselho Deliberativo é alta e por isso tivemos que adiar a eleição que deveria ter sido realizada em outubro”, conta.

Ele explica que deu um parecer favorável ao adiamento por causa da pandemia do novo coronavírus e que o Alto Conselho do clube, formado por ex-presidentes, também concordou com a decisão amparada na Lei Federal 14.030, que estabelece um prazo de até sete meses a contar da data de término do mandato dos atuais dirigentes. Assim, o America deverá realizar a eleição no limite do prazo.

“Na ocasião, nem o Clube Municipal estava à disposição. É lá que nossas reuniões são realizadas enquanto nossa nova sede está em obras”, diz ele, acrescentando que a eleição para o Conselho Deliberativo deverá ter três chapas, sendo uma da situação.

Oposição refuta e recorre à Justiça

Um grupo de conselheiros discorda de Ricardo Florentino quanto à deliberação do Alto Conselho. Segundo eles, em nenhum momento houve convocação para discutir e opinar sobre a questão eleitoral, contrapondo-se ao texto publicado pela presidência do Conselho Deliberativo em jornal de grande circulação.

“Além da questão eleitoral, existe preocupação quanto a administrar um clube sem balancetes e previsão orçamentária, que nem sequer foram apresentadas. Além disso, o balanço publicado na FERJ não respeitou a Lei do Profut, ou seja, foi registrado sem auditoria externa, sem parecer do Conselho Fiscal e sem deliberação por parte do Conselho Deliberativo, situação extremamente preocupante em decorrência das despesas que estão sendo geradas sem uma previsão orçamentária anteriormente apresentada”, comenta o advogado Humberto Paes.

Ele conta que os 52 membros do Conselho Deliberativo firmaram uma Notificação Extrajudicial, pleiteando uma assembleia geral para deliberar sobre as eleições do clube.

“Mas, como vem sendo costume, a atual diretoria está inerte desde novembro de 2020, justificando o ajuizamento de ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que ainda não apreciou o mérito, concedendo à atual gestão o direito do contraditório e ampla defesa, antes de deferir a liminar perseguida”, explicou ele.

“Nós só queremos que sejam cumpridas as determinações estatutárias, para que a democracia possa ser exercida pelos sócios. Já poderíamos ter tido a eleição, assim como houve em todos os clubes brasileiros”, critica o sócio Carlos Frederico Kohler.

Segundo ele, além de mais de 50 notificações extrajudiciais emitidas pelos conselheiros, requerendo a apresentação de documentos, outras questões desacreditam a atual gestão, como: a não convocação de reuniões do Conselho Deliberativo, a não apresentação de documentos solicitados pelo Conselho Fiscal e a calamitosa demolição da sede da Rua Campos Sales sem consulta ou parecer dos membros do CD.

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