“Primeira coisa é aceitar e entender a derrota, porque nós não produzimos muito bem. Se nós tivermos essa capacidade de entender a derrota, de entender que fomos nós que não produzimos, que o adversário produziu muito mais do que nós, nós então começamos a nos preparar para o próximo jogo”.

A frase acima de Vanderlei Luxemburgo, após a derrota por 3 a 0 para o Fortaleza, poderia muito bem ser aplicada para digerir outros resultados negativos (são quatro em nove jogos) desde sua chegada ao Vasco em janeiro deste ano. Contra o Flamengo, a solução encontrada pelo técnico após identificar os problemas no intervalo não surtiu o efeito esperado. Na busca por um time mais dinâmico no duelo contra o Tricolor cearense, Luxa adotou mudanças e um esquema de jogo que deixaram expostas as fragilidades do setor defensivo, tornando o Cruz-Maltino uma presa fácil no Castelão.

Fortaleza x Vasco - Bruno Oliveira/FEC
Cruz-maltinos tiveram atuação fraquíssima diante do Fortaleza, que foi dominante do início ao fim – Bruno Oliveira/FEC

Principalmente pelo lado direito. Sem poder contar com Léo Matos, escalou Yago Pikachu naquele setor. E foi em cima de um jogador que há anos deixou de atuar como um lateral que saiu o primeiro gol do Fortaleza. O camisa 22 levou um drible que destruiu a linha de marcação da equipe. No desenrolar da jogada, Igor Torres abriu o placar logo aos seis minutos. A partir dali, o time desmoronou. Sem profundidade, Pikachu insistiu em cruzamentos de longe para a área.

Caio Lopes (de segundo volante), Carlinhos (pela esquerda) e Juninho (centralizado) foram as outras novidades de um meio-campo povoado, mas ineficaz no combate e na criação. Logo no minuto inicial, Carlinhos acertou a trave de fora da área e deu falsas esperanças ao torcedor.

Na frente, a opção por Ygor Catatau em substituição a Cano (perdeu dois treinos por conta de uma indisposição intestinal e entrou no intervalo) se revelou absolutamente equivocada. O maior erro de Luxa, porém, foi colocar Benítez, o cérebro do time, de costas para o gol, como um segundo homem de frente, mais pela direita. Até a metade do primeiro tempo, o argentino não havia recebido um passe sequer vindo da linha de transição ofensiva, obrigando o camisa 10 a recuar para buscar o jogo.

Sem preocupações na retaguarda, o Fortaleza podia, tranquilamente, se lançar ao ataque. Quanto mais os cearenses chegavam à frente, mais a desorganização do Vasco era exposta. E de um modo avassalador. Facilmente envolvido, faltou ao time apertar a marcação e aproximar os setores, que estiveram muito espaçados no Castelão.

Os erros na saída de bola também chamaram a atenção. No segundo gol, Benítez e Henrique trocaram passes antes da linha do meio-campo e perderam a bola para Luiz Henrique, que pegou o setor defensivo desarrumado ao lançar para David, livre na área. No terceiro, faltou capricho do passe de Fernando Miguel para Marcelo Alves. O zagueiro não dominou a bola, e Osvaldo deu de presente para Romarinho mandar para o fundo da rede.

Com a vitória encaminhada no primeiro tempo (2 a 0), os donos da casa passaram a apostar nos contra-ataques na etapa final, esperando os ataques inofensivos do Vasco. Foi assim que saiu o gol de Romarinho, o terceiro e último da noite. E poderia ter sido mais.

Mais uma vez as substituições no decorrer da partida não funcionaram. As bolas seguem sem chegar a Cano, que ainda descontaria para o Vasco, após pegar um rebote. O VAR, porém, analisou a jogada e anulou o gol. Ben10 ainda sofre com a parte física. Sem o diferencial de sua dupla argentina, o Vasco segue seu calvário para as últimas três rodadas do Brasileirão.

 

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