Há um mês, a conversa entre os jornalistas era: o São Paulo levará o Brasileiro e a Copa do Brasil? Afinal, vinha de 12 vitórias e dois empates, voando baixo, goleadas sobre Flamengo e Atlético Mineiro. Fernando Diniz incensado em todas as entrevistas.

Diniz tem um desafio: fazer o São Paulo retomar o bom futebol que, inexplicavelmente, perdeu –  Rubens Chiri / saopaulofc.net

Veio a derrota para o Grêmio, no Sul, pela Copa do Brasil. Resultado injusto. Mas teria a volta em terras paulistas e o Super-Ultra-Mega-Blaster São Paulo faria a realidade se impor.

Não foi bem assim. No dia 30/12, no Morumbi, o empate de 0 a 0 com o Grêmio eliminou o São Paulo da Copa do BR. Virou o ano e o time deixou a desejar. Somou duas derrotas (Bragantino e reserva dos Santos) e um empate (Athletico, neste domingo). Mudou o ano e parece que os jogadores que imaginavam pilotar uma carruagem luxuosa viram o veículo que os levariam ao topo … virar abóbora.

Há motivo para isso? Sim. O primeiro deles é o que acontece com o seu jogador mais relevante. Daniel Alves é excepcional e tem história incrível, um campeão de tudo. Neste Brasileiro, tornou-se líder da equipe. Nos jogos contra o Flamengo deu uma aula de como anular o jogador mais importante do rival (Gerson) e teve atuação para ser aplaudida de pé. Mas Daniel Alves vive altos e baixos. Depois daquele jogo incrível em 18/11, ele veio perdendo rendimento. E nas últimas partidas, as falhas vieram. Os dois primeiros gols foram falhas terríveis dele. Na derrota do Santos, outro erro de passe fatal. Mas Diniz parece não querer tirá-lo. Contra o Athletico, colocou Dani como um segundo atacante. Infrutífero. No segundo tempo Dani voltou ao seu posicionamento tradicional. Não estava bem. Mas não saiu. Ninguém pode ser intocável, Diniz.

O segundo nome é outro peso-pesado. Juanfran. Outro belo jogador, que mandou bem demais na Espanha. No São Paulo, já fez bons jogos e apoia como poucos. Mas não tem velocidade nem fôlego para marcar jogadores mais jovens e velozes. Cansa no segundo tempo. E parece estar deixando a ampulheta do tempo correr. A sua prorrogação de contrato vai apenas até fevereiro.

A terceira é Gabriel Sara. É nítida a sua queda nas últimas partidas. Nem em sonho ele é o jogador de outubro e novembro. Caiu de ritmo. Vou dar um exemplo bem recente que aconteceu com Patrick de Paula. O palmeirense teve uma queda de qualidade, perdeu a posição e foi recuperá-la quando retomou a confiança e diminuiu a pressão que sentia. Sara foi muito rapidamente ao topo. Virou o cara. Aumentou a responsabilidade. O garoto que tem a obrigação de levar o time para frente, acusou o golpe. Está mal e sendo jogado aos leões. A tendência é que ele siga em queda se não tiver um prumo.

A quarta é Luciano. Não parece fazer sentido que o São Paulo só jogue bem com ele em campo. E parem com essa ideia de que o seu substituto natural é Pablo. Não é. Ponto final.

Não corroboro com o fato de que o São Paulo não tem bom banco de reservas. As opções são poucas, mas há. O que não pode ocorrer é o improviso, qe alguns chamam de ousadia, outros de loucura, alguns de desespero. Vide o jogo com o Athletico. O time terminou com quatro atacantes: Brenner, Gonzalo, Pablo e Vitor Bueno. Quatro atacantes que não finalizaram a gol. Em alguns momentos, Gonzalo estava mais para lateral do que para atacante. Não dá.

O São Paulo tem condições de ser campeão. Conta com um time titular muito bom. Tem uma cara. Mas está perdendo a confiança e o foco. E a próxima partida, contra o Internacional vai indicar se o Tricolor viveu algumas noites de um sonho de início de verão e vai virar mero coadjuvante ou se volta a engreanar e ser aquele time das 12 vitórias e dois empates em 14 jogos.

Comentários