A atuação na vitória de 2 a 1 sobre o Internacional, no Beira-Rio, esteve longe de encher os olhos, mas ainda assim pode ser exaltada. Deve-se levar em consideração que o Fluminense teve oito desfalques para jogar em um estádio onde não vencia há oito anos. E se a equipe de Odair Hellmann não foi um primor técnico, mais uma vez competiu. E isso sabe fazer muito bem. Mérito do treinador.
Odair pode ser muito questionado, mas entrega um time que luta, é organizado e consegue resultados. Não à toa, está num surpreendente quinto lugar no Brasileirão, a quatro pontos do líder.
Já estamos no fim de novembro e Odair segue reconstruindo sua equipe. Desde o retorno do futebol, em junho, ele pensa uma maneira de jogar e, quando começa a funcionar, perde peças importantes. Primeiro foi Gilberto, depois Evanilson. Em cada caso, o Fluminense precisou de tempo para se reencontrar.
A saída do centroavante talvez tenha sido um dos momentos mais desafiadores. O time sentiu demais. Somente com a mudança dos laterais (Igor Julião e Danilo Barcelos), além de Fred na frente, o Fluminense se encontrou e teve o seu melhor momento na temporada, com oito jogos sem perder. Mas então aparece uma nova reconstrução.
E essa ainda precisará de tempo. E promete ser até mais desafiadora. A saída de Dodi, que foi a solução encontrada na volta do futebol para dar dinamismo ao meio, é um baque para Odair. Por enquanto, Yuri será o substituto. São características muito diferentes, que impactam a forma de jogar. O agora titular é mais marcador e não tem um bom passe. Isso vai pesar nesse início.
Mesmo assim, Odair pensou numa equipe que não pôde entrar em campo. Hudson testou positivo para Covid-19 na sexta-feira e Yago retornou. Mas se machucou ainda no primeiro tempo e André foi encaixado às pressas.
Mais uma característica diferente ao meio de campo tricolor. O jovem foi bem e terá nova chance em um time cheio de desfalques. Ainda assim, Hudson era importante por dar o primeiro combate, na defesa adversária.
Isso tudo em um Fluminense que perdeu titulares em todos os setores por Covid-19 ou por lesão. Era claro que o time iria sentir. Mesmo assim, saiu com uma vitória improvável. Sim, os gols foram em jogada de bola parada e num passe sensacional de Marcos Paulo para Caio Paulista. Mas deve-se dar os méritos a Odair, o eterno reconstrutor.
Agora, o treinador terá uma semana para trabalhar melhor essa nova equipe, ainda cheia de desfalques, para o duelo contra o Bragantino. E sem mais um homem de meio de campo: Yago, suspenso. Isso, claro, se não aparecerem mais problemas.
“Eu preciso ressaltar que a gente trabalhou a semana toda com uma situação tática. No final da semana perdemos um movimento, e no sábado outro. Então, na verdade, eu treinei sábado a equipe para o jogo. Entram jogadores de característica diferentes que talvez levem um determinado tempo para se encontrarem dentro desse ambiente em um jogo tão competitivo”, analisou o treinador.
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