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‘Antídoto’ para o Dinizismo? Botafogo repete estratégia e dá lição no Flu

O Botafogo é o único time do Brasil a conquistar duas vitórias consecutivas sobre o badalado Fluminense de Fernando Diniz. Com o “nó tático” no Clássico Vovô de sábado, no Nilton Santos, ficou claro que a estratégia de Luís Castro é altamente eficiente contra o estilo batizado de “Dinizismo”. Seria um antídoto? Afinal, o Alvinegro pressionou e anulou os passes curtos, principal característica ofensiva do rival, e foi muito mais perigoso com a bola nos pés. De quebra, não levou um gol sequer nos 180 minutos disputados em 2023.

Na partida de fevereiro, pelo Campeonato Carioca, o Fluminense até foi mais dominante. Inclusive, desperdiçou um pênalti que Lucas Perri defendeu. Aos 15 minutos do segundo tempo, Victor Sá abriu e definiu o placar em um contra-ataque. Porém, de lá para cá, o Botafogo evoluiu bastante em todos os sentidos, tanto é que sustenta a liderança isolada do Brasileirão, com seis vitórias em sete jogos.

Assim, desta vez, sofreu bem menos. Aliás, os números impressionam. Mesmo com a bola em 66% do tempo, o Tricolor finalizou apenas três vezes. E o Glorioso, com 34% de posse, deu 21 chutes, obrigando Fábio a fazer ao menos quatro defesas difíceis. Além disso, foi maduro ao parar o cronômetro com faltas pontuais. No total, cometeu 24 infrações, sendo 18 delas no campo de defesa. O ótimo desempenho dos meio-campistas, ágeis, fortes e com boa saída de bola, também foi essencial. Tchê Tchê e Gabriel Pires foram os pilares da contenção.

Números da eficiência do Botafogo sobre o Flu – Reprodução / Sofascore

 

“O Botafogo não é só o que muitos entendiam como aquele líder exótico, que ninguém sabe porquê está lá. O jogo do time tem se mostrado consistente, tem uma letalidade muito grande e, especialmente ontem, não deu chances ao Flu. Controlou o jogo e está cada vez mais forte e confiante”, acredita Eduardo Tironi, comentarista e apresentador esportivo.

‘Dinizismo’ tem pouco fôlego?

Apesar de ainda ter um dos ataques mais positivos do país, o Fluminense começa a dar sinais de que pode ser parado. Afinal, não teve boas atuações contra o Cuiabá, mesmo com a vitória, e também não marcou gol contra o Flamengo, na última terça, pela Copa do Brasil. Para Tironi, a ideia do “antídoto” não é nova e já vem se repetindo a cada ano nas equipes sob o comando de Diniz.

“Com relação ao Flu, o Diniz vive novamente o que já viveu em temporadas anteriores: quando se entende o jogo do time dele, o antídoto vem. O Flamengo jogou melhor (na terça, pela Copa do Brasil) e agora o Botafogo jogou melhor. Lembrou o São Paulo do próprio Diniz, que liderou o Brasileiro, mas perdeu força no fim do campeonato. Esta é a hora de o Flu do Diniz mostrar força, tentando se antecipar aos ‘antídotos’ que já chegaram outras vezes”, opinou o jornalista.

O Botafogo controlou o Flu e foi foi muito perigoso nos ataques – Vítor Silva/Botafogo

Já para André Kfouri, da ESPN, ainda é cedo para falar no assunto. O Botafogo entende suas limitações e se adapta às características do rival.

“Acho que é uma estratégia específica (do Botafogo) para enfrentar um tipo de adversário determinado. Minha impressão é que é um acerto na forma de jogar do Botafogo, para ser competitivo e aumentar as chances de vencer”, afirmou o apresentador.

Ser reativo é uma ‘identidade’ do Botafogo

Essa eficiência é uma característica marcante do time do técnico português. Afinal, contra São Paulo (2 a 1) e Atlético (2 a 0), pelo Brasileirão o cenário se repetiu. Ou seja, um adversário com mais posse de bola, e o Botafogo, ainda assim, mais presente na área e muito mais letal.

“O nosso time tem a bola quando é necessário. A equipe é intensa, sabe se defender e atacar. O Botafogo tem uma identidade e é fiel à ela. Acho que isso é um ponto forte. Todos nós temos direito de viver e ter ambições na vida, é assim com os times. Temos que perceber o que temos na mão e adaptar rapidamente. E fazer com que os jogadores se adaptem também. É papel do treinador achar um equilíbrio, dentro das características dos seus jogadores. Assim, ter uma equipe com sucesso”, disse o técnico Luís Castro, após a vitória sobre o Galo, no Niltão.

Estatísticas de outras vitórias do Botafogo:

2 a 1 no São Paulo
Posse de bola: 32% a 68%
Finalizações: 14 a 16

2 a 0 no Atlético
Posse de bola: 31% a 69%
Finalizações: 22 a 9

Logo após a vitória de sábado, o português ressaltou que, para a estratégia funcionar e não contar com a sorte, o Botafogo teria de ser perfeito.

“Sabíamos que tínhamos de ser rigorosos com a estratégia do jogo. A dinâmica que os 11 jogadores iriam colocar na defesa era importante. Nenhum jogador poderia falhar. Correr para trás é mais difícil do que correr para frente. Então, tínhamos de ser eficazes. Falar para mim é fácil, executar é extremamente difícil. Quero enaltecer os jogadores e todo o elenco. Nunca nos desequilibramos durante o jogo mesmo pressionando muito alto”, explicou Castro.

Por outro lado, quando precisou propor o jogo, o Botafogo caiu nas armadilhas defensivas dos adversários e só empatou com a LDU, por 0 a 0, pela Sul-Americana, e foi derrotado por 2 a 1 pelo Goiás, pelo Brasileirão. Aliás, a próxima partida pela competição nacional será no próximo domingo, em casa, contra o América-MG, penúltimo colocado. Ou seja, um confronto no qual o time terá de se impor contra uma retranca. É um bom teste para conferir essa tese e ver o quanto a nova versão do Alvinegro em 2023 amadureceu.

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Andre Casado

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