A violência no clássico entre Coritiba e Athletico (empate em 0 a 0), no Couto Pereira, na última quarta-feira (16), pode fazer com que o confronto seja disputado com torcida única. Esse é a opinião do delegado Luiz Carlos Oliveira, da Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe), braço da Polícia Civil do Paraná.

Briga entre arruaceiros manchou o clássico – Reprodução TV

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“Foi lamentável. Estivemos presentes e vimos uma barbárie depois de dois anos sem torcedores em clássicos. As pessoas se encontraram no estádio como se fosse um campo de batalha, fazendo ali inúmeras barbaridades, jogando bombas, quebrando o estádio. Em virtude disso, vamos solicitar que jogos dessa magnitude tenha uma torcida única”. disse Luiz Oliveira

A Polícia Militar possui o mesmo entendimento da Demafe sobre o clássico ser disputado com apenas uma torcida no estádio e a discussão será levada até o Ministério Público do Paraná (MP-PR). O delegado afirmou também que as forças de segurança não possuem o número de policiais necessário para conter a violência.

“O que aconteceu ontem (quarta-feira) mostra que isso acontecerá futuramente. Nunca se torceu tanto para um 0 a 0, porque se tivesse um gol teríamos um caos, um transtorno. Não estamos preparados para isso, não há efetivo para controlar um jogo dessa maneira, para o qual as pessoas vão como um campo de batalha”.

Perda de mando de campo

A confusão no Couto Pereira pode gerar punições severas para Coritiba e Athletico. A Federação Paranaense dedivulgou a súmula da partida na qual o árbitro Leonardo Ferreira Lima relatou que a briga nas arquibancadas também gerou riscos aos jogadores e comissões técnicas no gramado. O documento revela que diversos objetos foram arremessados, principalmente em direção do técnico Alberto Valentim.

“Aos 18 minutos do primeiro tempo foi arremessada pelos torcedores do Coritiba uma moeda de 25 centavos em direção a área técnica do equipe do Athletico. Aos 31. foi arremessado pelos torcedores do Coritiba um cigarro eletrônico em direção a área técnica do equipe do Athletico. Aos 14 do segundo tempo foi arremessado pelos torcedores do Coritiba um pacote de pipoca em direção a área técnica do equipe do Athletico”, escreveu o árbitro, que também relatou que bombas explodiram nas arquibancadas.

Segundo a súmula, o árbitro teve  parar o jogo por   20 minutos devido a tumulto entre as torcidas de ambas as equipes na divisão entre as arquibancadas do mandante e visitante.

“Durante o tumulto três bombas estouraram na região onde aconteceu o tumulto. A ação da polícia militar e batalhão de choque conteve a situação e a partida foi reiniciada depois de 7 minutos com aval de segurança da PM”.

Os casos relatados deverão ser julgados pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná e pode render perda de mandos de campo, tanto para o Coritiba, quanto para o Athletico. O clássico com torcida presente não era disputado desde o dia 10 de abril de 2019, na Arena da Baixada, pelo Paranaense. No Couto Pereira, o último foi em 1º de abril de 2018.

Com o empate em 0 a 0, o Coritiba é o segundo, com 15 pontos. O Furacão, o quinto, com 14 pontos. No Paranaense os oito primeiros colocados avançam.

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