Kevin Durant, ala do Suns
Kevin Durant, ala do Suns - Reprodução / Instagram

Ter um jogador do nível de Kevin Durant, certamente, faz o torcedor do Phoenix Suns esperar jogadas desenhadas para o craque. É normal que o ataque, a princípio, tente aproveitar um dos melhores jogadores ofensivos de todos os tempos. No entanto, as coisas nem sempre funcionam assim. Muitos fãs e analistas gostariam de um sistema ofensivo mais centrado no astro, mas ele não se incomoda com isso.

“A verdade é que, antes de tudo, não preciso de movimentações desenhadas para mim. Então, isso não deveria importar. Ninguém deveria estar tão preocupado com os meus arremessos, pois vou ter as minhas oportunidades. Vou dar um jeito. Não preciso que a equipe tente ‘forçar’ o jogo em cima de mim. Afinal, se jogarmos juntos, a bola vai me encontrar em quadra”, garantiu o veterano ala.

Esse dilema ganhou corpo depois da cesta que deu a vitória ao Suns sobre o Philadelphia 76ers, nessa segunda-feira. A conversão de Durant aconteceu em uma infiltração com o time espaçado e a bola em suas mãos desde o início da posse. Ou seja, a prancheta deu lugar ao talento do atleta. Mike Budenholzer, certamente, nunca foi um técnico criativo ofensivo. Mas o astro prefere um ataque fluido do que planejado.

“Eu não quero que as pessoas pensem muito sobre a posição em que vou receber a bola, por exemplo. Não pensem nos lances que são feitos para mim porque não quero travar o ritmo do time só para ter a posse. Se pudesse optar, aliás, o meu desejo seria jogarmos juntos e tudo acontecer ao natural. Para mim, essa é a melhor parte do nosso ataque no momento”, completou o futuro integrante do Hall da Fama.

A visão de Durant, de certa forma, reflete a sua situação no Suns durante a temporada passada. O time atuava sem armador e, assim, contava com a capacidade criativa dos seus astros para o ataque andar. Mas há uma grande diferença entre apostar o tempo inteiro nisso e em um lance específico no fim do jogo. Budenholzer admite que a sua participação na jogada decisiva foi, em síntese, não atrapalhar.

“Essa noite é mais uma prova de que Kevin é um grande jogador. Converte arremessos difíceis e, mais do que isso, cria cestas do nada. Ele consegue colocar a bola na cesta das mais diferentes formas. O rebote ofensivo que conseguimos criou um desequilíbrio na defesa, pois o pivô deles ficou em Kevin. Então, só abrimos espaço para que atacasse”,

A mensagem de Budenholzer, no fim das contas, parece clara. Todos esperam técnicos que sejam criativos em sua ofensiva, mas há horas em que o simples é o mais eficaz. Ele não tem problema para admitir isso. “Kevin é um jogador de basquete especial, em primeiro lugar. E essa foi uma jogada especial de Kevin para garantir a nossa vitória”, resumiu.

Não ter jogadas desenhadas para Kevin Durant pode não ser problema para o técnico do Suns. Nem para o próprio craque. Mas há quem entenda a importância de haver ações, nem que sejam pontuais, planejadas. O armador Tyus Jones, a princípio, entende que colocar a bola nas mãos do astro com espaço é um bom caminho ofensivo. No entanto, isso cria uma dependência excessiva.

“Kevin, antes de tudo, precisa de espaço para criar. Quanto mais o colocarmos, então, em posições mais abertas da quadra, melhor. É provável que nós possamos fazer isso com ainda mais qualidade. Mas, ao mesmo tempo, não queremos depender muito de Kevin. Não podemos depender demais dos nossos astros para criarem arremessos sozinhos e resolverem jogos difíceis”, alertou o armador.

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