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Nenê reestreou pelo Vasco mostrando características perpetuadas desde sua primeira passagem pelo clube. A elegância no domínio e corte preciso seguido da falta do marcador. A exibição de uma categoria que tanto fez falta ao Cruz-Maltino na atual temporada.

Nenê chamou a responsabilidade em sua reestreia pelo Vasco – Rafael Ribeiro / Vasco

Durante os 76 minutos em que esteve no campo do Rei Pelé, fez de tudo um pouco. Movimentou-se constantemente, apresentou-se para receber os passes, iniciativa na maioria das ações ofensivas da equipe, posicionamento inteligente e a qualidade habitual com a bola rolando e nas jogadas de bola parada. Seja na cobrança de falta ou no escanteio que originou o gol de Cano.

Sim, Nenê deu nova estampa ao combalido meio de campo vascaíno, tão refém de criação em 2021. Fora isso, cumpriu com elogiável disposição a marcação alta com pressão exigida por Fernando Diniz, outro estreante da noite, que aprovou a atuação da equipe e do veterano meia, mesmo com a vitória escapando nos acréscimos.

Os números comprovaram a boa estreia. Enquanto teve fôlego, Nenê foi quem mais sofreu faltas (4), desarmou (3) e deu dribles (2), segundo dados do FootStats. Foi também o jogador que mais teve a posse de bola (2 minutos e 45 segundos), além de duas finalizações e outras duas assistências para arremates.

Aos 40 anos e com apenas um treino, Nenê prova que pode ser o homem de criação que o clube tanto procurava. Mesmo que não seja por 90 minutos.

O problema é que falta tempo para Vasco. E para Diniz implementar sua metodologia. Antes disso, é crucial corrigir as falhas. Por mais que as dificuldades no jogo aéreo defensivo persistam, têm sido rotineiras as bolas perdidas que resultam em gols sofridos. Desta vez coube a Bruno Gomes ser o vilão. Quem será o próximo?

Em meio aos erros bobos, Fernando Diniz teve uma estreia aprovada. Finalmente o Vasco jogou como um time grande e foi superior ao adversário, integrante do G4. A marcação alta funcionou, e a proposta de aproximação, diferentemente do que vinha sendo proposto por Marcelo Cabo e Lisca agradou, apesar de precisar de alguns ajustes.

Resta saber se haverá tempo. O Vasco precisa vencer, no mínimo, nove dos 14 jogos que faltam. Isso se fizer uma campanha invicta com Diniz. Caso contrário, serão necessários dez triunfos e dois empates para ter chances de sonhar com a elite. Para um time que não figurou uma rodada sequer na zona de acesso, a realidade exige um aproveitamento nada provável nesta reta final da Série B.

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