Roberto Assaf

Assaf na Copa: Aviões de carreira

Você já foi ao Marrocos? Então vá. Só assim saberá o sentimento que existe em relação ao adversário, o colonizador do país, no período de 1912 a 1956, quando conquistou a independência. As marcas das cinco décadas da influência da França naquele território africano, tão próximo da Europa, continuam presentes, notadamente de rejeição.

Sim, não existe colonizador bonzinho. O que há, em qualquer lugar do mundo, é imigrante que chega para contribuir no seu próprio futuro. E é claro, como conseqüência disso, no desenvolvimento de um país.

Torcida do Marrocos. Seleção faz histõria na dinal e sonha com a vitória Reprodução TV

As decisões que partem de um poder constituído visam eventualmente a exploração. Milhões de portugueses vieram para o Brasil. A Coroa lusa levou, por exemplo, quantidade absurda de ouro no lombo dos burros para os navios que cruzaram o Atlântico em direção ao Reino com tal intuito. Mas outra quantidade infinita de habitantes da terrinha sem dúvida alguma contribuiu para a construção de muito que existe – sim, existe – de interessante pelas bandas daqui.

O próprio Dom João foi obrigado a tomar um punhado de providências por aqui, quando chegou, fugindo de Napoleão Bonaparte, no comecinho do Século XIX. Pois não demorou a perceber que seria inviável viver no Rio de Janeiro sem um mínimo de infraestrutura que havia em Portugal.

Ha algo no ar nesta Copa…

A colonização do Marrocos por franceses, cuja realidade é bem mais próxima, e estará em campo nesta semifinal da Copa, nesta quarta-feira, quando a seleção africana enfrentará seu antigo patrão, cujo idioma domina. E que terá interferência no ânimo de todos os 26 atletas da equipe atual que estão no Qatar, incluindo os 14 que nasceram fora do país. O próprio técnico Walid Regragui, que é francês, jogou quase 10 anos pela seleção do Marrocos, e conhece bem o sentimento, às vezes dividido, entre duas pátrias.

Trocando em miúdos, a França é superior no futebol, tem um craque excepcional, é a atual campeã mundial, e tem mostrado o suficiente para conquistar o bi. Mas, como mencionou um dia Aparicio Torelly, o Barão de Itararé, “há algo no ar”, nessa Copa, “além dos aviões de carreira”.

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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