Roberto Assaf

Assaf na Copa: Irã segue vivo

Nada mais justo nessa Copa. Pois é. Na abertura da sexta-feira, o Irã foi bastante superior a Gales, mas errava sempre o último passe, ou pior, nas conclusões. A equipe britânica, ao contrário do que sugeria a partida, em momento algum adotou o jogo defensivo, mas foi efetivamente pressionado pelo adversário, e raras vezes conseguiu ir ao ataque. O Irã buscou de tal forma o gol que o espectador neutro passou a torcer para que o time asiático marcasse pelo menos um golzinho. Chegou a acertar a trave em duas ocasiões consecutivas. Após uma hora de bola rolando, o técnico português Carlos Queiroz começou a promover substituições, lançando quatro jogadores em 10 minutos, na esperança de abrir o placar.

Cheshmi comemora  golaço que abriu o placar para o Irã – Clive Brunskill/Getty Images

Aos 84, Hennessey agrediu Taremi fora da área e foi expulso corretamente graças ao VAR. Um homem de vantagem, mas a possibilidade do gol, óbvia diante de todos, não se tornava realidade. Aos 97, Cheshmi mandou um pancadão à esquerda de Ward, e fez 1 a 0. Aos 100, Rezaeian, no contra-ataque, encobriu o goleiro reserva e anotou o segundo: 2 a 0. O Irã, ora vejam, diante dos Estados Unidos, tem chance de garantir pela primeira vez na história a classificação às oitavas.

Qatar, o eliminado

O Qatar deu sequência à história inaugurada pela África do Sul, em 2010. Pela segunda vez, em mais de 90 anos de Copa, a seleção da casa foi eliminada na primeira fase do torneio. É isso. O Senegal pôs a superioridade sobre os anfitriões desde o começo, desperdiçou algumas oportunidades, mas abriu o placar no fim do primeiro tempo, com Boulaye Dia.

Logo, voltou para etapa derradeira com tranqüilidade suficiente para ampliar – o que fez logo no reinício, com Diedhiou – e após o susto proporcionado pelo gol milenar de Muntari, fechar a conta com Dieng, restando dez minutos. O Qatar tinha plena consciência que só está na competição porque é a sede, direito obtido com o ouro negro – e as derrotas estavam no planejamento, desde que sem vexames, como tem sido até aqui. A vitória deu vida ao Senegal, que fez estréia razoável e perdeu da Holanda, mantendo a classificação em aberto para a última rodada do grupo.

E a Holanda…

A Holanda fez 1 a 0 com seis minutos, em belo chute de Gakpo, e foi diminuindo o ritmo, permitindo que o Equador fosse ganhando terreno, até mandar efetivamente no jogo. Teve até gol – de Estupinan – anulado. No intervalo, Louis van Gaal lançou Depay, para dar ao time o poder da articulação, mas a providência não surtiu efeito, tanto que os sul-americanos empataram logo no reinício do jogo, com Enner Valencia, e só não viraram o placar por falta de pontaria. O Equador continuou com a posse da bola. Mas não conseguiu ganhar.

Na prática, um grande negócio para a Holanda, que embora tenha vencido Senegal na estréia, voltou a não corresponder às expectativas, como se dizia antigamente. De qualquer forma, o empate foi um grande negócio para a Laranja, que vai enfrentar o Catar na terceira rodada do grupo, e se não vencer deve desistir do futebol e fazer concurso para o Banco do Brasil.

Decepção para Inglês ver

Estados Unidos x Inglaterra sugeria um jogo melhor. No primeiro tempo, houve equilíbrio, e na fase derradeira, dada a necessidade maior de vitória, naquele momento, os norte-americanos começaram a procurar intensamente o gol, e os britânicos, pressionados, não conseguiam mais jogar. Gareth Southgate, que tem ótimo elenco à disposição, só fez mudanças aos 68 minutos, embora seu time estivesse apático. Lançou Henderson, Grealish e Rashford. E ao contrário da incrível disposição dos iranianos, diante de Gales, os yankees não conseguiram manter o ritmo, mostrando, ao fim, alguma conformidade com o resultado, que foi péssimo para eles, e no mínimo confortável para a Inglaterra, que jamais lembrou a equipe que goleou na estréia. Na realidade, foi um 0 a 0 sem graça nenhuma.

*Este texto não reflete, necessariamente a opinião do Jogada10

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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