Roberto Assaf

Assaf na Copa: Pênaltis embalam retorno de Tite e Thiago Silva

O Brasil foi castigado nas quartas de final da Copa Um a um. Ou 4 x 2 para a Croácia. Pois é.  Tomou um gol restando três minutos, quando tinha a vitória praticamente nas mãos, e viu o confronto ser levado para a decisão por pênaltis, na qual saiu irremediavelmente derrotado. Como previsto, um resultado na medida para a dificuldade da partida, dado que não é fácil enfrentar um adversário qualificado. O objetivo dos xadrezes foi enfim alcançado. Futebol é assim. Vale tudo dentro da regra.

Neymar é consolado por Daniel Alves após a eliminação na Copa- Nelson Almeida/AFP via Getty Images

A primeira crítica feroz a Tite, que teve todos os jogadores brasileiros – do país e do exterior – à disposição, e no momento decisivo improvisa laterais e atacantes, o que influiu na construção de jogadas e nas conclusões. Outra: cobranças de pênaltis executadas por defensores, na ausência dos especialistas, como Neymar, ou, por exemplo, Gabriel, sim, ele, o Gabigol, que ficou fora da relação de convocados, um absurdo que não terá reparação. Mais uma crítica: não é possível que o time não tenha conseguido segurar o resultado, restando um tempo de prorrogação.

O técnico errou a mão pela segunda vez consecutiva, mas terá agora a oportunidade de dirigir algum clube brasileiro. Ou, quem sabe, do exterior, caso não esteja milionário, sem necessidade de continuar empregando a sua verborragia rebuscada. E Thiago Silva terá tempo à beça para chorar, de costas, pois não disputará mais Copa do Mundo.

Primeiro tempo fraco

O primeiro tempo de Brasil x Croácia no Education foi dos mais fracos da Copa. Muita bola para os lados e apenas uma lance de perigo criado por cada seleção. Na prática, o time xadrez foi superior, abusando do toque de bola, o que impediu que o time de Tite conseguisse articular algo de positivo. Um comentário mais extenso sobre esses 45 minutos é desnecessário, pois não houve nada além de duas equipes procurando, sem encontrar, a fórmula para marcar gols.

Brasil ligado no segundo tempo

As seleções voltaram para a etapa derradeira sem substituições. O Brasil regressou mais ligado, ameaçando em duas ocasiões consecutivas, com Richarlison e Vinicius Júnior, para boas intervenções de Livakovic. Curiosamente, a Croácia preferiu uma postura mais cautelosa, apostando em contra-ataques, o que ofereceu maior espaço ao adversário, que teve nova oportunidade com Neymar. Pois a estratégia que Zlatko Dalic optou possibilitou nova chance, essa com Paquetá, que também concluiu em cima do goleiro.

Tite lançou Antony e Rodrygo. Aos 20 minutos, o treinador xadrez, resolveu mexer, trocando os dois atacantes, interessante para quem, naquele momento, estava muito mais preocupado em defender. Tanto que Livakovic evitou novo arremate, esse de Neymar, quando o Brasil já merecia a vitória. Mesmo desperdiçando oportunidades, o que é sempre um grave defeito. Aos 80, está evidente que os croatas assumiram a retranca, visando, sem exagero, os pênaltis.

Adeus, Copa

E eis que veio a prorrogação, mostrando definitivamente a opção dos europeus, que jogam ali, como se diz, por uma bola. É ataque contra defesa. Aproximava-se o fim do primeiro tempo quando Neymar recebeu de Paquetá, driblou Livakovic, e enfiou o gol, que já parecia óbvio. A Croácia passou a colocar atacantes em penca, e largou o ferrolho, abusando dos cruzamentos, dado que não restava alternativa. Faltando três minutos, Orsic, que acabara de entrar, rolou para Petkovic, o Bruno, bateu de canhota à direita de Alisson, o Alisson das muitas falhas no Liverpool, que você não acompanha, ou não sabe: 1 a 1.

Vamos aos pênaltis. E deu Croácia. O goleiro agarrador deles levou duas bolas no meio da baliza. Vai explicar: quatro anos para armar uma seleção forte, com dois grandes times – Flamengo e Palmeiras – que ganham tudo e não servem para base, um punhado de craques no exterior, toda a infraestrutura necessária, um país voltado para a competição, e os responsáveis, na Hora H, fazem tudo errado.

E o locutor oficial, com a sua sabedoria secular e inquestionável, disse que “ninguém esperava”. Ninguém, quem, cara pálida?

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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