Demitido nesta sexta-feira (9), Thiago Kosloski estava há apenas um mês no Corinthians, onde fazia parte da comissão técnico de Mano Menezes, desligado na véspera do clássico contra o Santos. Kosloski, aliás, comandou a equipe na derrota por 1 a 0 na última terça (6), na Vila Belmiro.

Inicialmente, o plano do Timão era manter o auxiliar como membro da comissão técnica fixa. Contudo, o cenário mudou com a contratação de António Oliveira e seus assistentes.

Kosloski disse que foi surpreendido ao tomar conhecimento de sua demissão do clube.

“Cheguei de manhã para trabalhar normalmente, para dar o treino da manhã já esperando a apresentação, e aí fui comunicado pelo Fabinho (Soldado) que eu seria desligado do clube, então a partir daí peguei minhas coisas e fui embora”, iniciou, em entrevista ao SportsCenter, da ESPN.

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Thiago Kosloski foi pego de surpresa com demissão no Corinthians – Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Auxiliar na torcida pela recuperação do Corinthians

“Chego ao Corinthians a convite do professor Mano, para ser o auxiliar dele. Era um desejo antigo que eu tinha de trabalhar com o Mano, então fiquei muito feliz com a oportunidade. Quando ele foi comunicado que seria desligado, eu também estava pronto para deixar o Corinthians. O Mano falou para mim que o pessoal (diretoria) tinha gostado do meu trabalho e queriam que eu ficasse, até porque o auxiliar da casa é uma posição que o clube não tem. E você se encaixou muito bem no que os caras esperam de um profissional. Meu conselho a você é ficar. Então conversei com o Mano, Fabinho veio falar comigo e logo foi apresentado aos jogadores que eu seria o técnico interino”, prosseguiu.

Ele também comentou a respeito da chegada do novo treinador e dos auxiliares.

“Não trabalhei com o António. Quando ele chega (no Coritiba), eu estava ano sub-20, então tive pouco contato com ele. Conversei senão me engano duas vezes com ele, de ‘bom dia’, ‘tudo bem’. Acredito que deva ter existido uma reunião entre o corpo diretivo do Corinthians e o novo treinador, daí uma mudança de rota do que o clube pensava. Como ele chega com dois ou três auxiliares, o Corinthians deve ter entendido que não precisava mais do meu trabalho. Mas foi surpresa para mim também. Cheguei para trabalhar achando que estava tudo tranquilo. Eu gostaria de continuar, porque me identifiquei bastante com os jogadores e funcionários do clube. Deixo minha torcida para que o clube se recupere o mais rápido possível”, contou.

Kosloski defende trabalho de Mano

Kosloski ainda saiu em defesa do técnico Mano Menezes e negou que havia algum clima ruim com os jogadores. Além disso, mencionou algumas dificuldades enfrentadas pelo ex-comandante no retorno ao Parque São Jorge.

“O Mano tinha excelente relação com todos os jogadores e funcionários, um profissional correto naquilo que faz. Por isso que queria trabalhar com ele, um cara vencedor. Todos ficamos tristes com a saída dele. Tivemos duas semanas de pré-temporada, e o Mano pegou o Corinthians em uma situação delicada no Brasileiro. Quando nos apresentamos para começar 2024, a equipe se desmontou, muitas referências saíram para que fosse feita uma reformulação. Saíram 13 jogadores e chegaram cinco ou seis. Então o Mano teve muita dificuldade na montagem. Os nossos principais rivais mantiveram uma base e tiveram contratações pontuais, então melhoraram aquilo que já estava bom. Temos que ter um pouquinho de calma. A ideia era que se pegasse ritmo dentro das quatro, cinco primeiras rodadas, que pudesse rodar alguns jogadores, mas sabemos como é o futebol. Aí é um efeito dominó. Não tem segredo no futebol, é trabalho, constância e acreditar no que está sendo feito”, disse.

“Jogadores sempre se esforçaram e trabalharam. Os que estão chegando precisam de um tempo de adaptação, para entender o DNA. Corinthians é um clube peculiar. Quando tem poucas peças para reposição e opções para mudar o jogo, fica difícil. Foi essa a principal barreira que esbarramos. Perder o Veríssimo, Matheuzinho que não estreou, o Garro, eram jogadores importantes no sistema. Inclusive usamos nos primeiros jogos-treino e eram todos titulares. O Corinthians vem de eleição, novo presidente e mentalidade entrando, então estão fazendo as trocas necessárias. Vi um departamento como o CIFUT qualificado, com profissionais excelentes e de nível. Essa tempestade passando, eles vão ter tranquilidade para colocar as coisas nos trilhos e alinhar tudo que o presidente quer fazer. Espero que com a chegada do António novas lideranças surjam no elenco. E que se qualifique ainda mais o grupo, mas nesse momento o Corinthians precisa urgentemente ganhar da Portuguesa, senão vai ficar complicado”, continuou.

Briga corintiana é para não cair

Por fim, Thiago Kosloski reafirmou sua declaração, após o revés diante do Santos, de que o Corinthians briga contra o rebaixamento no Paulistão.

“Hoje briga para não cair… Não podemos enganar nosso torcedor. A pontuação está aí, os resultados também. Acho que isso (comentário que o Corinthians briga para não cair) não teve nada a ver na decisão deles (pela demissão). Acho que optaram por uma mudança de rota, algo natural no mundo do futebol”, encerrou.

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