O xeque Hamad bin Khalifa Al Nahyan, membro da família governante dos Emirados Árabes Unidos (EAU), fechou acordo para adquirir 50% das ações do clube de futebol israelense Beitar Jerusalém. Ele ainda se comprometeu a investir cerca de US$ 92 milhões (R$ 460 milhões) no clube durante a próxima década. O Beitar Jerusalém é um grande: conquistou seis títulos da Premier League israelense e conta com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, entre seus torcedores. Mas esta negociação promete ser muito polêmica. Afinal, o clube ganhou uma reputação de racismo antiárabe e antimuçulmano. Isso aconteceu devido aos protestos abertos e muitas vezes violentos de seu fã clube de extrema direita, “La Familia”.

Beitar Jerusalém
Clube foi tema de documentário em 2016 – Divulgação/Inside Out Films

 

Inclusive, esse fato foi tema de um documentário, “Forever Pure”, em 2016, o qual foca na reação dessa torcida em 2012, quando o dono do time, Arcadi Gaydamak, trouxe dois jogadores mulçumanos da Chechênia. Esse acordo fez com que os membro da “La Familia” ficassem contra o clube.

Aliás, o Beitar Jerusalém é o único grande clube de futebol de Israel que nunca teve um jogador árabe.

Polêmica

A aquisição de Al Nahyan ocorre depois que os Emirados  se tornaram o primeiro país  árabe do Golfo a estabelecer relações diplomáticas com Israel, em setembro desde ano.

Segundo o site oficial do clube, o aporte de Al Nahyan terá uso ​​principalmente em infraestrutura e aquisição de jogadores. Haverá formação de uma nova diretoria com Muhammad bin Hamed bin Khalifa, filho do xeque, como seu representante pessoal.

“Estou emocionado por ser parceiro de um clube tão glorioso do qual ouvi falar tanto e em uma cidade tão grande, a capital de Israel e uma das cidades mais sagradas do mundo.”, declarou o xeque Al Nahyan.

Por fim, a referência do xeque colocando Jerusalém como a capital de Israel é vista como controversa. Afinal, essa é uma questão central do conflito de longa duração entre israelenses e palestinos.

Enfim, para saber mais sobre direitos humanos, racismo e futebol, leia nossa reportagem especial aqui.

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