“Foste herói em cada jogo, Botafogo”. E na partida mais importante de sua história, não foi diferente. Já que há coisas que só acontecem ao Botafogo, o roteiro da grande final em Buenos Aires foi marcante: era preciso superar o drama de uma expulsão logo aos 30 segundos para alcançar a Glória Eterna. Com uma organização de encher seus torcedores de orgulho, o time venceu, de forma incontestável, o Atlético por 3 a 1 para se sagrar campeão da Libertadores pela primeira vez.
Luiz Henrique e Alex Telles colocaram o time carioca em vantagem na primeira etapa. Vargas descontou, mas Júnior Santos, personagem central do início da trajetória ainda na Pré-Libertadores, passou a régua no Monumental de Núñez. O clube de General Severiano, de ídolos como Garrincha, Nilton Santos, Jairzinho, é campeão da América.
Antes de a bola rolar, a cerimônia de abertura teve shows com famosos torcedores dos dois clubes. No lado botafoguense, Marcelo Adnet foi o representante. Já no atleticano, o rapper Djonga.
Expulsão relâmpago não abala o Botafogo
Uma expulsão logo aos 30 segundos poderia ser o suficiente para desestruturar qualquer esquema tático numa final. Isso porque Gregore acertou a cabeça de Fausto Vera com as travas de sua chuteira no meio de campo e levou o cartão vermelho mais rápido da história das decisões da Libertadores. Mas, embora o Botafogo não tenha ficado com a habitual posse, desfilou o que faltou ao Atlético: organização. Mesmo com um a menos, os cariocas se ajustaram sem queimar substituição e fecharam espaços diante de um rival que se limitou a girar a bola e fazer lançamentos na área, sem fazer valer a vantagem numérica. Fora dois arremates de longa distância de Hulk, nada criou.
Então, ao perceber que o Galo não iria bicar tanto assim, o Glorioso se soltou e, logo em sua primeira investida, inaugurou o placar. Aos 34 minutos, Almada iniciou jogada e acionou Luiz Henrique, que tocou para Marlon Freitas finalizar. A bola bateu em Júnior Alonso e ficou à espera do chute fatal do camisa 7. Não demorou, e o segundo gol veio em mais um vacilo da retaguarda mineira, que marcava de longe. Luiz Henrique foi mais ágil em tentativa frustrada de Arana proteger a bola e acabou derrubado por Everson na área. Alex Telles cobrou pênalti com força no canto para mostrar que dez jogadores bastavam para o Botafogo ser melhor.
Atlético reage, mas não muda sua sorte. Fogão campeão!
O técnico Gabriel Milito apostou em três mexidas no intervalo, com as entradas de Mariano, Bernard (campeão pelo Atlético em 2013) e Vargas. E logo no primeiro minuto, aliás, viu as mudanças funcionarem. Com linha de quatro atacantes, os mineiros aceleraram o jogo, empurrando o adversário, e conseguiram escanteio. Vargas se posicionou atrás de Vitinho e, livre de marcação, cabeceou para o fundo da rede ainda antes do primeiro minuto. A final, então, se transformou em ataque contra defesa. Hulk e Mariano, com ótimas atuações, foram os responsáveis pela construção das ações de maior perigo. John, porém, trabalhou bem frente a frente com Vargas e Alan Kardec.
Mas o Botafogo, embora tenha passado por sustos, em especial em recuo errado de Adryelson já na reta final, conseguiu dar o golpe letal. E coube ao artilheiro Júnior Santos, personagem que marcou a trajetória dos cariocas ainda na fase prévia do torneio e que sofreu com lesão no decorrer da temporada, passar a régua nos acréscimos. Após um chutão, ele levou para a linha de fundo, driblou dois marcadores e invadiu a área para cruzar. Alan Franco fez o corte e a bola sobrou para o camisa 11 completar para a rede. É tempo de Botafogo campeão!
Tempo real da final da Libertadores: como foi a partida
Botafogo em dois Mundiais de clubes
A conquista da América, aliás, assegurou ao Glorioso a participação em dois Mundiais de Clubes. O primeiro deles, a nova Copa Intercontinental, começa no dia 11 de dezembro, quando o time alvinegro encara o Pachuca, do México, às 14h (de Brasília), em Doha, no Qatar. Caso se classifique, portanto, o Botafogo batalhará diante do Al-Ahly, do Egito, pela vaga na final frente ao Real Madrid. Além disso, o clube da Estrela Solitária também estará no Super Mundial, que ocorrerá entre junho e julho do ano que vem, nos Estados Unidos.
ATLÉTICO 1X3 BOTAFOGO
Final da Libertadores-2024
Data: 30/11/1024 (sábado)
Local: Mâs Monumental de Núñez, Buenos Aires (ARG)
Gols: Luiz Henrique, 34’/1ºT (0-2); Alex Telles/pen, 42’/1ºT (0-2); Vargas, 1’/2ºT (1-2); Júnior Santos, 51’/2ºT (1-3).
Público e Renda: Não divulgados
ATLÉTICO: Everson; Lyanco (Mariano, intervalo), Battaglia, Júnior Alonso e Arana; Fausto Vera (Bernard, intervalo), Alan Franco e Gustavo Scarpa (Vargas, intervalo); Paulinho, Hulk e Deyverson (Alan Kardec, 29’/2ºT). Técnico: Gabriel Milito.
BOTAFOGO: John; Vitinho, Adryelson, Barboza e Alex Telles (Marçal, 12’/2ºT); Marlon Freitas, Gregore e Almada (Júnior Santos, 33’/2ºT); Savarino (Danilo Barbosa, 12’/2ºT), Luiz Henrique (Matheus Martins, 33’/2ºT) e Igor Jesus (Allan, 46’/2ºT). Técnico: Artur Jorge
Árbitro: Facundo Tello (ARG)
Auxiliares: Ezequiel Brailovsky e Gabriel Chade (ARG)
VAR: Mauro Vigliano (ARG)
Cartões Amarelos: Lyanco, Battaglia, Fausto Vera, Hulk (CAM); Alex Telles, Almada, Igor Jesus, Vitinho (BOT)
Cartão Vermelho: Gregore, 1’/1ºT (BOT)
*Expulso por falta dura em Fausto Vera logo na primeira dividida da final.
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