Sem vencer há cinco jogos na Série B (três derrotas e dois empates), o Botafogo passa por uma queda livre na competição e já acena com a possibilidade de nem brigar para subir. O Jogada10 ouviu três especialistas, que apontaram a necessidade de reforços para o time subir. Eles também criticaram a formação do elenco e a escolha pelo treinador Enderson Moreira.

Para o jornalista e radialista Thiago Franklin, ainda há razões para o otimismo, embora ele entenda que o elenco seja muito limitado e o técnico “mais do mesmo”. Em suas contas, são necessários pelo menos 25 pontos no primeiro turno (o Bota está com 13 em 12 jogos) para continuar sonhando com  o acesso.

“O torcedor deve sonhar com o acesso ainda. A Série B é muito equilibrada e se o time engatar uma série de bons resultados ficará no bolo da parte de cima da tabela. Mas, para subir, precisa terminar o turno com pelo menos 25 pontos. O (Enderson Moreira) é mais do mesmo. Não é um técnico que entregará algo de diferente. Será um time reativo, sem muitas alternativas táticas. Hoje, o Botafogo é carente em todas as posições. Na defesa, apenas três zagueiros são aptos no elenco, Carli sem condições físicas.  Na lateral-esquerda, o time perdeu o PV (para o Internacional) e as reposições são inferiores. No ataque, o time não tem o Ronald (machucado) e nenhum jogador com as mesmas características. O elenco é limitado, como 90% das equipes da Série B. Porém, não tem trabalho de um técnico.”, comentou Franklin.

Já para Leonardo Pereira, editor do Jogada10, o cenário é pessimista e desanimador. Ele argumenta que investir em treinador com problemas de saúde e com trabalhos recentes ruins não deve ser o caminho do time que quer voltar à primeira divisão.

“Hoje, o Botafogo tem que olhar para baixo. Agora, se você me perguntasse no início da Série B, talvez fosse mais otimista. O clube hoje tem dirigentes batendo cabeça. O executivo de futebol acabou de trazer um treinador que se recupera de infarto e tem números ruins nos últimos trabalhos. A gente sabe como é o futebol, mas numa análise fria, ele não chega para ser o salvador, no máximo para apagar incêndio. É desanimador. Um nome que veio após várias negativas. O próprio presidente falou isso, aliás. Tem um elenco fraco e quando alguém importante como o Oyama se machuca, o time cai muito de produção. Ele é a única luz ali no setor. O time não tem um 10 e o Navarro, que vive de lampejos, e o Rafael Moura, que parece acabado para o futebol. Tudo aponta para um fim trágico. Resumindo: se ficar na B, já está no lucro. É um time com queda de rendimento e que se abala quando toma gol. Panorama pessimista. Só resta rezar”

Já Waldir Luiz pede calma com as projeções para o Botafogo. Apesar disso, ele reconhece que há risco de o Glorioso ser rebaixado novamente. Ele critica escolhas da diretoria:

“Ainda faltam 26 rodadas. É muito cedo para cravar o que vai acontecer, mas pela qualidade do elenco montado e pelo que o time vem montando, o time corre riscos de jogar a Série C. O maior culpado chama-se Eduardo Freeland. Está provado que Chamusca não era o maior culpado. Ele saiu e o time perdeu dois jogos. O Enderson, na minha opinião, não é técnico para Botafogo. São necessários pelo menos quatro reforços: zagueiro, lateral-esquerdo, meio-campo e atacante pelo lado do campo. Se isso não acontecer, o técnico cai antes do fim do ano. O presidente Durcésio Mello é uma boa pessoa, mas também é culpado por manter o Freeland, que fez contrato para ele com multa rescisória de 1 milhão. Nunca vi gerente de futebol ter multa rescisória. Só no Botafogo mesmo”, comentou o jornalista da Rádio Nacional e ex-assessor de imprensa do clube.

Em casa, o Botafogo perdeu para o Goiás, na última terça, por 2 a 0 –  Vítor Silva/BFR

 

Comentários