A estratégia do Botafogo foi nítida: ficar entrincheirado na defesa e aguardar a chance de encaixar o contra-ataque. O 4-1-4-1 proposto pela dupla Felipe Lucena/Eduardo Barroca funcionava, dentro dos limites da equipe, até o lateral-direito Marcinho colocar tudo a perder e acabar como o grande vilão na derrota para o Flamengo por 1 a 0, no sábado, no Estádio Nilton Santos, pela rodada 24 do Campeonato Brasileiro.
Um resultado negativo diante do Flamengo está dentro do previsto e deveria até ser esperado pelos alvinegros. Há um abismo financeiro cuja consequência é a enorme diferença técnica entre os times. Porém, o fim de semana poderia ser diferente se a defesa, pressionada pelo ataque adversário, quebrasse a bola ao invés de sair jogando.
Intensidade não faltou nos primeiros minutos do cronômetro do árbitro. Até sobrou. Rhuan levou um cartão amarelo bobo minutos depois de Pedro Raul obrigar Diego Alves a espalmar um disparo cruzado. E o comportamento ofensivo dos anfitriões parou por aí.
A postura arrojada arrefeceu rápido, pois o time alvinegro, sem fôlego para manter as linhas adiantadas, entendeu que deveria se preocupar em não sofrer danos com os ataques do adversário, fechando os espaços. O problema é que o Botafogo não mostrou repertório para se esquivar da marcação e assustar o rival nos contra-ataques. Mais uma tarde/noite de um futebol paupérrimo.
O segundo tempo prosseguiu com aquela batalha entre ataque e defesa. O empate e a tática de deixar o Flamengo impaciente ruíram diante de um passe errado de Marcinho para Marcelo Benevenuto. Gerson interceptou a jogada e rolou para Everton Ribeiro definir mais um score desfavorável neste Brasileirão.
Em seguida, o roteiro conhecido. Aparece, brutalmente, o fator psicológico: frustração, mudanças que não surtem efeito, desorganização, desânimo e nervosismo. Victor Luís ainda faria o favor de ser expulso. O Botafogo não se encontra quando é confrontado com as adversidades. Não seria diferente contra o melhor elenco do país.
Afundado na penúltima colocação do Brasileiro, o Botafogo segue o seu calvário e impõe ao seu torcedor uma morte lenta e dolorosa.
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