De Mar Del Plata, local de veraneio da Província de Buenos Aires, ao Rio de Janeiro. Da reserva do Aldosivi, time modesto daquela cidade argentina, à titularidade incontestável do Botafogo. De ponto de interrogação à figura representativa na arrancada do Glorioso. A vida de Carli deu um giro de 360 graus em 2021. Neste domingo (28) – contra o Guarani, no Estádio Nilton Santos, na despedida da temporada, diante de quase 40 mil pessoas -, o “Capitán” erguerá a taça do título da Série B do Brasileirão, conquista que sanciona o retorno do Glorioso à elite do futebol nacional.

A tendência seguinte será eternizar sua imagem no muro de ídolos de General Severiano, espaço destinado a nomes do quilate de Heleno de Freitas, Quarentinha, Nilton Santos, Garrincha, Manga, Gerson Canhotinha de Ouro, Didi, Túlio Maravilha e tantas outras estrelas da constelação alvinegra.

Carli e Enderson Moreira no jogo que marcou o acesso do Botafogo – Vítor Silva/Botafogo

“Há uma grande discussão interna. É uma ação simples, porém, não é só chegar e pintar. É preciso dar uma reformada. O muro está em ordem cronológica. Para colocá-lo depois de Loco Abreu (o último da lista), precisaremos de um serviço de pedreiro, pois as artes de rua estão no tijolo. Mas há uma grande tendência, sim”, confirmou, ao Jogada10, Rafael Mois, idealizador do muro e integrante da torcida “Loucos Pelo Botafogo”, responsável pelas homenagens.

Herói do título carioca em 2018 ao marcar, nos acréscimos, o gol que levou a decisão contra o Vasco para os pênaltis, Carli é o segundo estrangeiro com mais jogos pelo Botafogo (169), atrás somente do compatriota Fischer (180).

Épico! Carli, em 2018, ao marcar no último lance do Carioca daquele ano – Vitor Silva/SSPress/Botafogo

DESCONFIANÇA VIRA SINERGIA

Carli não retornou ao Botafogo, em março de 2021, por conta do apelo da torcida ou porque a comissão técnica pediu sua contratação. Uma dívida trabalhista empurrou o zagueiro de volta para o clube. O xerife e o Glorioso ainda tiveram que aparar algumas arestas financeiras para a volta ser sacramentada. Mas o xerife demonstrou, desde a primeira vez que pisou no gramado, devoção e respeito por quem lhe abriu as portas.

O capitão, após goleada sobre o Vasco, na Colina. Placar contundente e liderança da Série B – Vitor Silva/Botafogo.

Hoje, aos 35 anos, ele exerce uma influência grande sobre o elenco por conta da sua liderança natural. Na Segundona, sobrou, ajustou um setor considerado crítico, transmitiu segurança, impôs respeito e ganhou o reconhecimento da torcida. Uma troca importante para o sucesso no segundo semestre.

OS NÚMEROS NÃO MENTEM

A entrada de Carli no miolo de zaga do Botafogo transformou a retaguarda. Com ele, na Série B, o Botafogo fez 15 jogos, ganhou 12, empatou dois e perdeu somente um, números que resultam em um aproveitamento de 84,4%. Uma média de 0,4 gol sofrido por confrontos. Sem o camisa 3, os números despencam drasticamente: 22 partidas, oito vitórias, sete empates, sete derrotas, com um aproveitamento de 47% e um gol sofrido a cada embate na estatística.

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