Ex-jogador do Botafogo, o lateral-direito Marcinho, falou publicamente pela primeira vez sobre o acidente em que se envolveu na noite do dia 30 de dezembro, quando atropelou e matou um casal no Recreio, Zona Oeste do Rio. Em entrevista ao programa “Fantástico”, da Rede Globo, ele revelou que não estava sob efeitos de bebidas alcoólicas e deu sua versão por não ter prestado socorro às vítimas. Alexandre Silva de Lima morreu na hora. Maria Cristina José Soares sobreviveu, foi submetida a cirurgias por causa das múltiplas fraturas que sofreu, mas faleceu depois de seis dias.

O Mini Copper conduzido por Marcinho que atropelou um casal no Recreio – Divulgação

Marcinho, que está sem clube desde o dia 31 de dezembro, disse que passou o dia com familiares e que o acidente ocorreu depois de passar no supermercado, a pedido da mulher. Sobre qual a velocidade em que estava na hora do acidente, Marcinho afirmou não ter certeza se dirigia acima da velocidade permitida, dizendo que sentia não estar acima dos 70km/h.

“Eu estava por volta de 70, aquilo ali é uma passagem corriqueira minha, eu estou sempre passando por ali. Então, eu sei que o pardal é de 70, eu não estava mais do que isso. Certeza eu não posso dizer porque eu não olhei o velocímetro, mas eu vinha em uma velocidade natural para a região”, disse.

Medo de ser linchado

O jogador também foi respondeu sobre o fato de não ter prestado socorro e disse que fugiu do local por temer ser linchado pelos populares:

“Entrei em pânico, fiquei muito assustado, cheio de vidro e as pessoas já estavam entrando na pista quando olhei para trás. Só pensei em sair dali por medo de ser linchado (…) fiquei com medo de ser realmente linchado”, argumentou, antes de complementar que acreditava que alguém poderia prestar o socorro que salvaria a vida de Maria Cristina: “Pode ser que sim, mas eu acredito que outras pessoas fizeram isso por mim. Naquele momento, não tive cabeça para isso, não tive, não pensei nisso, não consegui pensar”.

Marcinho também respondeu se não sente remorso por ter omitido socorro.

“Eu me coloco todo dia no lugar das vítimas e da família das vítimas. Tenho um pai que vai à praia, uma mãe que corre todo dia na praia, pessoas que poderiam ser vítimas também, infelizmente, de um atropelamento”, disse.

‘Costurando em alta velocidade’

Marcinho foi indiciado por duplo homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Caso seja condenado pela Justiça, ele pode pegar de dois a quatro anos de prisão para cada uma das mortes. Em depoimento à polícia, Marcinho disse que o casal surgiu repentinamente na frente do veículo e ele não teve tempo de reagir. Porém, algumas testemunhas contestam essa versão e disseram aos policiais da 42ª DP (Recreio), que o carro estava “costurando” o trânsito e em alta velocidade. As investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda estão em andamento.

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