O diretor esportivo da SAF do Vasco, Paulo Bracks, se manifestou a respeito do mau momento que o Vasco passa na Série A e sobre a movimentação para a contratação de mais reforços. A equipe carioca está na zona de rebaixamento após oito rodadas e é a 18ª colocada, com seis pontos. Apesar de não vencer há sete jogos, o dirigente ressaltou que tem “confiança no trabalho” desenvolvido e que o técnico Maurício Barbieri será mantido no cargo. A próxima partida é contra o Flamengo, na segunda-feira, no Maracanã.

“Tenho total confiança no trabalho do treinador, da comissão técnica. Eu entendo que algumas rotas precisam ser corrigidas, mas vai acontecer de maneira interna. Não me agrada com o padrão do futebol brasileiro de anos e anos de troca de treinador num momento conturbado de resultados sem que seja analisados o trabalho e a perspectiva. Além da busca de uma solução interna”, apontou o cartola, que, no entanto, já demitiu o próprio Barbieri após sete jogos no América-MG, em 2019.

Paulo Bracks afirmou que já sabe o que fazer no mercado em busca de mais reforços – Reprodução VascoTV

‘A falha é da montagem de elenco sim’, admite o diretor

Em seguida, Bracks reconheceu que houve erros de sua parte no planejamento e na composição do plantel cruz-maltino. E reafirmou que o Vasco vai atravessar o mês de junho sem mudanças dentro e fora de campo.

“Até o início de julho, o elenco é esse, a comissão técnica é essa e a diretoria é essa (…) Se está faltando competitividade em alguns jogos, a falha é da montagem do elenco sim, a falha é da parte técnica sim, e isso vai ser corrigido internamente. Eu assumo meus erros na montagem do elenco. E que bom que eu tenho direito de fazer isso, e ter a prerrogativa de fazer diferente em algumas situações na próxima janela”, disse o dirigente, que, por outro lado, crê que parte da responsabilidade para o momento ruim é das expectativas criadas, sem nominar se isso partiu de pessoas inseridas na política do clube ou da própria mídia.

“Muita gente criou expectativas acima da realidade, e é mais uma forma de iludir o torcedor do Vasco. Pessoas externas ao processo criaram expectativas altas de uma realidade que não é de uma hora para outra que nós conseguimos alcançar. Existem clubes que levaram 4 ou 5 anos para serem fortes dentro do Campeonato Brasileiro. O valor investido nessa nova era do Vasco na primeira janela, é o mesmo que clubes investem em um só jogador. A gente investiu (pagamento aos clubes) em oito jogadores e confio nos oito, montamos 80% do elenco sim”, defendeu-se, em relação às contratações de Léo Jardim, Ivan, Puma, Capasso, Piton, Jair, Pedro Raul e Orellano.

Orellano foi a contratação mais cara do Vasco e é reserva – Daniel Ramalho / Vasco

Posições na mira do Vasco a partir de julho

Para a próxima janela de transferências, a partir de 3 de julho, Bracks garante que “já sabe o que fazer”. O Vasco vai atrás, prioritariamente, de um volante, um meia de ligação (que já está “adiantado e não pode vazar”, segundo o diretor) e já está acertado com mais um atacante. Este último tem tudo para ser Serginho, do Giresunspor-TUR, que já assinou um pré-contrato com o clube. No entanto, ele ainda luta contra o rebaixamento na liga local até a próxima semana. Há a possibilidade de mais uma centroavante para disputar posição com Pedro Raul e um zagueiro pela direita, já que Robson, Capasso e Miranda, até aqui, não inspiraram confiança.

“Eu não quero fazer a cortina de fumaça, porque estamos na oitava rodada e em uma posição e pontuação que não queremos. Só isso. Tenho perfil diferente de outros diretores que poderiam se valer disso, de soltar nome de atletas para que o foco seja desviado para esses jogadores e desfocasse do principal: resultado de campo do Vasco. Não vou fazer (…) Em relação ao meia, a gente buscou nomes dentro do mercado de muita qualidade. Aí eu acho que pode ter sido um erro meu porque mirei alto demais. A gente não conseguiu por vários fatores dentro dessa negociação, seja por financeiro ou aceitação do atleta. A torcida pede alguns atletas com a premissa de que o jogador quer vir para cá. Às vezes o jogador não quer vir pra cá, ou pro Brasil. A gente é cobrado desse atleta não vir”, esclareceu.

Serginho, que joga no futebol turco, é o atacante que está acertado com o Vasco – Reprodução/Twitter

Fase ruim do Vasco expõe problemas internos

A campanha do Vasco na Série A, com apenas uma vitória, três empates e quatro derrotas, evidencia problemas na administração. Isso porque os pedidos por modificações nos cargos de diretoria começam a se intensificar. Inclusive, com relação à falta de ação após os protestos pela demissão de Barbieri, que vive muito pressionado. Internamente, aliás, há descontentamento com o trabalho do CEO da SAF do Vasco, Luiz Mello, por parte dos executivos da 777 Partners. Bem como do Conselho de Administração da SAF. A informação é do jornal ‘O Globo’.

A atuação do dirigente estaria pressionando a função e a rotina do diretor de futebol da SAF, Paulo Bracks. Por sinal, já haveria indícios dos jogadores do Cruz-Maltino comentando sobre uma intromissão excessiva de Luiz Mello, que é desconhecido no meio e assumiu como CEO do Vasco institucional há três sem ter experiência no futebol. Por outro lado, Bracks vem sendo questionado por sua movimentação no mercado.

Nesta circunstância, o clube já iniciou buscas por mudanças e teria consultado a situação de alguns executivos no mercado. Ainda de acordo com o ‘O Globo’, houve a indicação de, pelo menos, dois profissionais para substituir o atual diretor de futebol. Contudo, ambos não estão livres. Já no caso de Luiz Mello, sua função não é apenas focada no futebol, como também às tratativas com a criação da Liga de clubes e à administração do Maracanã, nas quais também vem sofrendo contestações.

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