Roberto Assaf

Brasil de Ramon Ancelotti perde dos Leões de Teranga

Senegal 4 x 2 Brasil. Segunda derrota em três jogos na Era pós Qatar. Pois é. A seleção de Carlo Ancelotti – fantasiado de Ramon Menezes – realizou partida atabalhoada, cometendo um punhado de equívocos, oferecendo, por exemplo, muitos espaços na retaguarda, excesso de passes – ou floreios – no meio, e dificuldade para superar a defesa dos campeões continentais. A seleção pentacampeã mundial já não tem destaques individuais de outros tempos. A propósito, o Brasil tomou pelo menos quatro gols pela última vez na derrota de 7 a 1 para a Alemanha em 2014, na semifinal da Copa do Mundo, quando tinha à frente o gênio da lâmpada Luiz Felipe Scolari. Aguardemos, agora, os 500 próximos dias.

Desde que a bola rolou ficou evidente que há diferença entre Guiné e Senegal, mesmo que os Leões de Teranga não representem um fenômeno. Embora mais cautelosa, a seleção africana utilizava a estratégia dos contra-ataques com freqüência, mantendo o duelo equilibrado. Aos 10 minutos, Vini Júnior pôs com a mão na cabeça de Lucas Paquetá, que fez 1 a 0. Aos 15, o árbitro lusitano Gustavo Correia assinalou pênalti de Pathé Ciss em Vini, mas percebeu a mancada e anulou a marcação, alegando que o brasileiro estava em posição irregular na origem da jogada.

Jogadores de Senegal celebram um dos quatro gols sobre o Brasil-  Patricia de Melo Moreira/ via Getty Images

Aos 21, no entanto, Senegal mostrou que estava de fato disposto, e Habib Diallo aproveitou erro primário do futebol – Joélinton rebateu cruzamento para o centro da própria área – e bateu de canhota: 1 a 1. O Brasil manteve a posse da bola, mas o adversário soube cercá-lo, tentando surpreender com novas saídas em velocidade. No fim da etapa, o ritmo do amigável diminuiu, mas a possibilidade de outro gol prosseguiu, pois nenhuma das equipas, como se diz por lá – desistiu de buscá-lo.

Segundo tempo do Brasil deixa a desejar

Mal começou a etapa derradeira e logo se viu que o desenho tático era o mesmo. Aos oito minutos, após ótima trama, Sadio Mane levantou para ele, Habib Diallo, que testou para o meio, onde Marquinhos, com um toque, fez gol contra: 2 a 1. Na sequência, enquanto o Brasil ainda exibia espanto, o mesmo Mane bateu colocado à esquerda: 3 a 1. Ramon Menezes – ou teria sido Ancelotti? – trocou Malcom e Richarlison, dois turistas, por Rony e Pedro.

Notando um princípio de vexame, o time canarinho foi para cima, e no abafa, Marquinhos, com uma conclusão curiosa, devolveu a gentileza que fizera aos africanos: 3 a 2. Raphael Veiga substituiu Joélinton. Dupla do Palmeiras em campo. Senegal, tendo Pathé Ciss como principal referência, procurou segurar o resultado, enquanto o técnico brasileiro – não se sabe em qual idioma – providenciou novas mudanças. A seleção africana já não arriscava tanto. E prezava de tal forma a vitória que só mexeu aos 37 minutos.

Após pancada de Krepin Diatta em Bruno Guimarães, o pau comeu na casa de noca, e o árbitro distribuiu cartões, mas não expulsou ninguém. A impressão era a de que o Brasil estava prioritariamente tenso, buscando, no desespero, uma forma de evitar o revés. Tanto que nos acréscimos, Éderson cometeu pênalti claro sobre Nicolas Jackson, e Mane colocou à esquerda do goleiro do Manchester City: 4 a 2. Mas Ancelotti vem aí. Ou não?

Alias, Teranga significa, em dialeto local que significa, na prática, confraternização.

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Carlos Alberto

Repórter, setorista da Seleção Brasileira, colunista e editor do Jornal dos Sports entre 1998 e 2000. Editor, colunista e editor executivo do LANCE! de 2000 a 2020, Editor-chefe do Jogada 10 desde 2020. É formado pela Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha-RJ) e participou de coberturas de 6 Copas do Mundo (4 como enviado, 1 como chefe de reportagem 1 como editor-chefe), 2 Copas Américas, 1 Eurocopa, 2 Mundias de Clubes, 1 Olimpíada e 6 Champions League.

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