Brasil nega pedido de extradição de Robinho

O Brasil negou, nesta quinta-feira (3), a extradição do atacante Robinho à Itália, país onde o jogador foi condenado a nove anos de prisão por participar de um estupro coletivo, contra uma mulher albanesa, em 2013, quando defendia o Milan. O pedido da Justiça italiana, aliás, saiu no início de outubro.

Segundo a agência Ansa, o governo federal se baseou no artigo 5 da Constituição Federal. O texto afirma que o país não pode extraditar os seus cidadãos a outros países. A Itália, porém, pode pedir o cumprimento da pena no Brasil.

“Essa era uma resposta previsível. Conhecíamos a Constituição brasileira, mas o que nos sensibiliza é que, nesse caso específico, um instrumento que deveria defender o cidadão, virou escudo para fugir da condenação e para obter impunidade. Agora esperamos que a pena seja executada no Brasil, mas sem que haja a necessidade de se fazer um outro processo”, destacou Jacopo Gnocchi, advogado da vítima de Robinho.

Condenado, Robinho participou, na última quarta-feira (2), de manifestações que pediram intervenção militar no Brasil. Os atos foram promovidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e contaram com a adesão massiva de eleitores insatisfeitos com o resultado da última eleição na qual Lula (PT) superou o atual mandatário.

O CASO

Ex-Santos e atualmente sem clube, Robinho pegou nove anos de prisão por violência sexual contra uma mulher de 23 anos. O caso, aliás, ocorreu em 2013, após o jogador conheceu a jovem em uma boate. Na época, inclusive, ele defendia o Milan.

Primeiramente, a mulher alegou embriaguez. Deste modo, acusou Robinho e mais cinco homens de abuso sexual contra ela. A defesa do jogador brasileiro alega sexo consensual. Entretanto, em uma gravação, o atacante diz que a mulher estava “completamente bêbada” e que não “lembraria de nada”.

A condenação de Robinho é, portanto, definitiva. A Corte de Cassação de Roma (equivalente ao Supremo Tribunal Federal, no Brasil) confirmou a sentença em última instância, no 19 de janeiro deste ano.

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