Dois grupos travaram uma batalha no Engenho de Dentro. Nenhum deles representa os gigantes que jogaram pouco antes no estádio. Mas é fato que vestiam roupas com escudos e símbolos dos clubes, daí o costume de chamá-los de torcedores, e pior, exibir o conflito na internet e na TV.

O maior problema é que deverão ocorrer mais choques semelhantes, em bairros distintos do Rio e dezenas de lugares do Brasil, para ficarmos só no país, nos próximos dias, semanas, meses, anos, décadas. Enfim, o que acontece no campo não tem nenhuma importância, apenas a possibilidade de ferir, ou dependendo da circunstância, matar o que consideram inimigos.

Briga de facções. Uma vergonha no futebol – Reprodução de TV

Seria um exagero afirmar que nunca houve punição. Pois em várias ocasiões os responsáveis por vítimas fatais foram condenados e até cumpriram pena. Mas isso não tem sido o suficiente. Em algumas oportunidades, o espetáculo, por ordem superior, recebeu simpatizantes única e exclusivamente do clube mandante, o que mostra a falência completa do poder público, que privou o verdadeiro torcedor do adversário de ir ao estádio, deixando evidente que não encontrou outra forma para tentar impedir as pancadarias.

Na realidade, não se vê uma providência que seja definitiva para acabar de vez com o combate dos imbecis, como se isso fosse uma extensão digamos, comum, dos jogos de futebol. A mídia mostra por causa – todo jornalista sabe disso – da audiência. Os clubes lavam as mãos, pois as batalhas hoje acontecem fora dos estádios, ou seja, não é da alçada deles. E as forças de segurança que trabalham na repressão aos vândalos têm mãos atadas, pois não permitem nada além da prisão em flagrante, que será relaxada porque as leis – nesse caso – sofrem de uma limitação confortante para os infratores. Pouco depois, na ausência de uma vítima fatal, o sujeito está solto.

Subtrair os pontos dos dois times talvez fosse uma solução, mas como fazê-lo se os elementos estão em logradouro público e não têm vínculo oficial com os clubes? O problema, gravíssimo, porque atinge inclusive quem não nada a ver com o espetáculo, merece uma análise absolutamente profunda de vários segmentos da sociedade, na busca de uma providência capaz de encerrar de uma vez por todas o assunto.

Mas parece que não há muito interesse nisso. Raras vezes vemos movimento nesse sentido. Assim, ao que tudo indica, os imbecis continuarão praticando essa agressão gratuita e absurda ao futebol.

Bis

Aos que perguntam com insistência, não custa repetir: o futebol do Flamengo de hoje é um apanhado exótico de jogadores em eterna recuperação, que raras vezes suportam uma partida inteira, com jovens da base que definitivamente não têm bola para substituir a turma que brilhou intensamente entre 2019 e a metade de 2021. Fora as experiências excêntricas. Assim, não seria exatamente uma surpresa se o Flamengo perdesse todas as competições que vai disputar em 2022, caso não haja a intervenção que deve começar com a demissão do treinador, o que forçosamente vai ocorrer em algum momento dos próximos dois meses.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10.

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