A Associação de Cabeleireiros da Alemanha enviou uma carta aberta à federação de futebol do país para questionar o porquê de jogadores da liga local aparecerem nos jogos com cortes de cabelos recentes. Explica-se: os profissionais estão proibidos de abrir seus salões desde 16 de dezembro, em função de medidas mais duras do governo para conter o avanço da Covid-19. E protestam contra o que consideram falta de solidariedade.

Atacante Nicolas Gonzalez, do Stuttgart, aparece com o corte de cabelo recente em partida contra o Augsburg, no fim de semana – Christof Stache /AFP

Na carta, a Associação de Cabeleireiros pede que a federação de futebol mostre “solidariedade em tempos como esse e dê o exemplo contra trabalho não declarado”. Basicamente, alega que os cortes apresentados pelos jogadores nas últimas rodadas da Bundesliga só podem ser feitos por profissionais, que teoricamente estão proibidos de trabalhar, mas que estariam infringindo as regras do país e indo à casa dos atletas.

“Foi com grande pesar que nós notamos pela TV que, nas últimas partidas, a grande maioria dos jogadores apareceu no campo com novos cortes de cabelo, que só poderiam ser feitos por profissionais e com equipamento específico”, diz a carta.

No texto, a associação também relembra que essa iniciativa dos jogadores coloca os cabeleireiros sob pressão, porque recebem ligações de clientes pedindo que o serviço seja feito em casa ou que quebre as regras de isolamento. Por fim, diz que a Bundesliga tem um grande privilégio “por poder continuar em funcionamento durante a pandemia” e que por isso poderia dar o exemplo.

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