“Eu escolhi o Vasco mais do que o Vasco me escolheu”. A declaração de Marcelo Cabo, após a conquista do bicampeonato goiano com o Atlético, foi uma resposta esperada pela diretoria cruz-maltina com dois meses de atraso. Quando Ricardo Sá Pinto foi demitido, no fim de dezembro do ano passado, o treinador recebeu um convite do clube carioca, mas preferiu dar continuidade ao seu trabalho no Dragão, que encerraria o Campeonato Brasileiro com a vaga confirmada para a Copa Sul-Americana. Somente depois disso que o nome de Vanderlei Luxemburgo ganhou força em São Januário.
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Carioca de 54 anos, Marcelo Cabo era o favorito para assumir o comando da equipe para a temporada de 2021. Ele terá a sua primeira oportunidade em um grande clube de sua cidade natal. Mas isso não é novidade. O que poucos sabem é que o treinador conhece muito bem aquela que será a sua nova casa a partir da próxima quarta-feira (3), quando será apresentado aos jogadores no CT do Almirante.
A história de Cabo com o Vasco é antiga. E mais precisamente na quadra dura do salão. Contratado já em fim de carreira, aos 30 anos, para reforçar a equipe de futsal, foi vice-campeão estadual em 1997, mesmo ano em que o time de futebol, sob a liderança de Edmundo, conquistou o terceiro dos quatro títulos brasileiros do clube de São Januário.
Apesar da perda da taça para o Tio Sam, de Niterói, considerado a potência da época, o que marcou pra valer foi a semifinal diante do Flamengo, em que o defensor Marcelo Cabo, mesmo atuando em poucos jogos, ajudou o Cruz-Maltino a eliminar o arquirrival na partida de volta na quadra de São Januário.
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“Quando eu saí do Rio de Janeiro, falei para mim mesmo que voltaria para um dos quatro grandes. O Vasco me abriu as portas. Me abraçou, e eu abracei o Vasco”, contou o treinador.
Marcelo Cabo afirmou ainda que tem a intenção de indicar jogadores do Atlético para o Vasco. Ele conversará com o presidente Jorge Salgado para saber quais atletas estarão à disposição. O departamento de futebol realizará uma grande reformulação no elenco, e uma barca repleta de dispensas sairá em breve de São Januário. Somente 11 jogadores do atual grupo — todos da base — foram mantidos no início da preparação para o Campeonato Carioca, que começa para o clube no próximo dia 3, contra a Portuguesa. Eles se juntarão ao sub-20 para, pelo menos, as duas primeiras partidas da competição, sob o comando de Diogo Siston. Os demais atletas que não foram mantidos para o início dos trabalhos ganharam folga, mas grande parte não deve seguir no clube. A expectativa é que Cabo assuma a equipe a partir da terceira rodada.
Tomar a iniciativa de jogo ou ser reativo?
Ao cumprir a missão de deixar o Atlético-GO na Série A e, de quebra, beliscar uma vaga na Sul-Americana, Cabo teve o mérito de fazer sua equipe atuar com versatilidade: tanto de modo reativo – aguardando o adversário para sair nos contragolpes – quanto de forma mais dominante e com iniciativa, o que agradou bastante a diretoria cruz-maltina.
Foi exatamente com esta variação de jogo que o Rubro-Negro goiano teve uma reta final de Brasileirão muito forte e surpreendeu, inclusive, alguns adversários de ponta no Brasileiro – no triunfo por 3 a 0 no primeiro turno sobre o Flamengo, que sagrou-se campeão, o técnico era Vagner Mancini. Contra os quatro clubes do Rio de Janeiro, por sinal, o Dragão se manteve invicto, com quatro vitórias e quatro empates.
O desempenho de Cabo nas últimas temporadas
Atlético-GO (de novembro/2020 a fevereiro/2021): 9 vitórias, 6 empates e 5 derrotas – 55% de aproveitamento
CRB (AL) (de outubro/2019 a novembro/2020): 14 vitórias, 12 empates e 15 derrotas – 44% de aproveitamento
Vila Nova-GO (de julgo/2019 a outubro/2019): 4 vitórias, 7 empates e 6 derrotas – 37% de aproveitamento
CSA (AL) (de fevereiro/2018 a junho/2019): 18 vitórias, 14 empates e 15 derrotas – 48% de aproveitamento
Total: 125 jogos, com 45 vitórias, 39 empates e 41 derrotas – 46% de aproveitamento
*dados do SofaScore Brasil
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