O principal assunto no Vasco neste período sem jogos foi a contratação ou não de um “camisa 10”. Às vésperas de estrear no Campeonato Brasileiro, o time não terá mesmo um reforço de peso para a posição de armador. No futuro, quando a janela de transferências reabrir, em 3 de julho, talvez sim. Tudo de acordo com as recentes entrevistas dos homens fortes do futebol.

Porém, enquanto isso não acontece, diretoria e comissão técnica tentam driblar a necessidade de trazer um jogador como status de ídolo. Aliás, Nenê foi embora nesta semana e deixou o número 10 vago. O meia, no entanto, já não era mais utilizado como titular por conta, sobretudo, das limitações físicas de seus 41 anos. No setor, Maurício Barbieri costuma usar uma variação entre meio-campistas de características diferentes, como Jair e Marlon Gomes, ou atacantes originalmente lado de campo, como Alex Teixeira e Figueiredo.

Nenê deixou o Vasco e a camisa 10 ficou vaga – Foto: Daniel RAMALHO/VASCO

Fagúndez pode ser o 10 e ‘ídolo’

Para Luiz Mello, CEO da SAF, nem sempre a contratação de um craque resolve os problemas do time. Além disso, não é uma operação orçamentária simples, como muitos podem pensar. Alguns rivais fizeram essa aposta nas últimas temporadas, como o Grêmio com Suárez, o Atlético-MG com Hulk, o Fluminense com Marcelo, entre outros. Mas o Vasco segue outro caminho.

“É um pouco de falácia achar que vou trazer um ídolo, ele vai vender camisas e vai se pagar. Não é isso que acontece. Um ídolo é sempre importante e temos vários potenciais ídolos no Vasco hoje. O que queremos falar é que em um processo, os ídolos vão surgir. A gente pode até trazer um cara diferente, de nome, mas ao longo do tempo aqui também pode sair esse ídolo. Temos o Alex (Teixeira), Pedro Raul, Léo, que se identificou muito com o Vasco. Entao é entender qual é a necessidade do time. Alguns podem fazer a diferença, mas, ao mesmo tempo, precisamos ver o momento, o estilo e se ele está disposto a se adequar coletivamente ao processo do Vasco. A gente não vai jogar hoje em volta de nenhum ídolo”, declarou Mello, em entrevista coletiva, na última quarta-feira.

Dois nomes estrangeiros que já foram sondados permanecem em pauta. Matías Rojas, do Racing, pediu alto para os padrões do Vasco. Em julho, porém, o meia fica sem contrato. E Franco Fagúndez, do Nacional-URU, chegou a adiantar as negociações no início do ano, mas não houve acerto. Desta vez, o empresário do meia-atacante uruguaio já avisou que fará contato para retomar as tratativas.

O uruguaio Franco Fagúndez permanece no radar do Vasco – (Photo by EVARISTO SA / AFP)

Reunião na França definirá orçamento do Vasco

Há, ainda, outras duas posições para as quais o Vasco vasculha o mercado: a de volante, já que Andrey deixará o clube rumo ao Chelsea em julho, e a de atacante, para aumentar a concorrência com Alex Teixeira, Orellano e os pratas da casa Gabriel Pec e Erick Marcus.

Nas próximas semanas, o diretor esportivo Paulo Bracks viajará para a França com o objetivo de se reunir com os investidores da 777 Partners. De lá, segundo ele, deve sair uma definição sobre o restante do orçamento para as contratações a próxima janela. A princípio, ele informou que há uma “sobra” dos gastos previstos para o início do ano, além dos recursos da venda de Andrey.

“Vou batalhar para aumentar nosso orçamento”, garantiu Bracks.

Os dirigentes cruz-maltinos frequentemente insistem que a reformulação do elenco foi muito grande e bem sucedida com a chegada de 14 reforços até aqui. Cauteloso, Luiz Mello entrou até no debate técnico para defender que o Vasco está bem servido para o Brasileirão.

“Hoje temos um elenco competitivo como há muito tempo não tínhamos. Entendemos que pode existir lacunas. Temos trabalhado com todos os níveis do futebol para ver o que é melhor para o Vasco. Como vocês sabem, um camisa 10 não é tão facil hoje em dia. Não necessariamente um time joga com um 10 porque poucos têm. Por isso, temos várias formas diferentes de jogar. Um atacante ou um meia pode ir por dentro ou por fora. Não vou entrar na tática porque tem gente mais especialista do que eu. Mas fomos criteriosos, trouxemos atletas que têm entregue e têm muito potencial. O torcedor sabe que, se houver oportunidade, a gente vai buscar, dentro do orçamento que temos que cumprir”.

Promessa do Santos é o único reforço

Neste período entre os torneios regionais e o Campeonato Brasileiro, o Vasco acertou apenas com o jovem atacante Rwan Cruz, do Santos. Por outro lado, deu aval para as saídas do zagueiro Anderson Conceição, para o CRB, e do meia Nenê, para o Juventude.

A equipe de Maurício Barbieri estreia na competição contra o Atlético-MG, neste sábado, às 21h, no Mineirão.

 

Comentários