Capitão do Penta e bicampeão mundial pela Seleção Brasileira, Cafu concedeu entrevista “Torcedores.com”. Ele falou, entre outros assuntos, sobre a formação do atleta brasileiro, a falta do chamado “futebol raiz” e também a respeito da grande revelação do futebol brasileiro, Estêvão, que estará em campo no jogo de volta das oitavas de final da Libertadores nesta quarta-feira (21), entre Palmeiras e Botafogo. O ex-lateral-direito enxerga semelhanças com Neymar, mas pondera que ainda é cedo para fazer projeções sobre o atleta.

Cafu analisa futebol de Estêvão – Fotos: Acervo /CBF e Cesar Greco/Palmeiras

“Estilo de jogo sim, se assemelha. Mas só o tempo irá dizer se ele conseguirá o mesmo êxito que o Neymar na carreira. É muito cedo ainda para afirmar algo nesse sentido. É uma promessa mundial, mas precisamos lapidar os nossos jovens com muita calma”, comenta.

Saída precoce de Estêvão

Diante do Botafogo, o Palmeiras tem em Estêvão, um jovem de 17 anos, o principal talento de seu elenco para se classificar. O jogador, logo que surgiu, foi sondado pelo Chelsea (ING). A saída precoce para o exterior é objeto de crítica de Cafu, que aponta problemas no processo de formação do atleta brasileiro.

“Hoje não temos tempo de formar o atleta, estamos formando competidores. Queremos deixar um competidor pronto para ir disputar uma competição e ir embora. Não está tendo tempo de formarmos profissionais que terão destaque no mundo inteiro. Isso está prejudicando muito, estamos sentindo muita falta de craques e ídolos. Não estamos tendo tempo de formar um craque. O que falta para o futebol brasileiro é ter mais tempo para lapidar os jovens, para que eles se adaptem primeiro ao cenário nacional, criar um vínculo aqui e depois sim ir embora para o exterior”, diz.

O pentacampeão afirma que o improviso no futebol está perdendo espaço perante a contextos pré-estabelecidos que visam apenas a competição.

“O futebol raiz sempre vai fazer falta. Mas, infelizmente, está cada vez mais difícil de ver. Os clubes e treinadores estão implantando um outro tipo de futebol, de disputa, e por isso o futebol raiz está perdendo espaço. Com isso, estamos perdendo um pouco da ginga do futebol brasileiro”, conclui.

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