Campeonato Italiano começa ainda sob a euforia do título europeu

A festa de Verão continua na Itália. Depois da euforia pela conquista da Eurocopa com a seleção, os italianos têm de volta o seu campeonato. A Série A começa neste sábado, e terminará em 22 de maio de 2022, cheia de novidades em contratações e na elaboração da tabela. A Juventus, pelo menos, começa com o rótulo de favorita. A Velha Senhora, que vinha de nove títulos consecutivos, viu o Internazionale ganhar o scudetto, o escudinho verde, branco e vermelho que o campeão tem o direito de bordar em suas camisas na temporada seguinte.

Tabela assimétrica?

O campeonato mantém a clássica fórmula de dois turnos, 38 rodadas no total, com o título entregue ao time com maior número de pontos entre os 20 da Série A. O que muda é a confecção da tabela, assimétrica. Como assim? A ordem das rodadas do primeiro turno não precisa mais ser a mesma do segundo. Nem os jogos de cada rodada os mesmos em cada turno. Por exemplo, na primeira rodada do turno a campeã Inter enfrenta o Genoa. Na 20ª, primeira do returno, joga contra o Bologna. Mas existem certas condições. Entre a mesma partida em um turno e outro deverá haver intervalo mínimo de oito jogos diferentes.

Por que essa mudança, que já existia em outros campeonatos nacionais europeus como o inglês, o espanhol, o francês? A intenção é maior liberdade para elaborar a tabela. Clássicos municipais e regionais serão evitados na primeira e na última rodada. Também não serão disputados confrontos entre times que acabarem de jogar por copas europeias. Além disso, as sete melhores equipes dos últimos tempos  (Inter, Juventus, Milan, Napoli, Atalanta, Roma, Lazio)  não vão poder enfrentar-se em rodadas no meio de semana.

Público de 50% 

Ainda sob efeito das normas contra a Covid-19, vai ser permitida a ocupação de 50% de público nos estádios. Será preciso mostrar o “green pass”, o passe que certifica as pessoas foram vacinadas ou apresentaram teste negativo para a doença. Isso sem falar no distanciamento na plateia.

Inter de Milão

A Internazionale, em dificuldades econômicas, vendeu o atacante belga Lukaku, herói do título, ao Chelsea. O preço: 115 milhões de euros (R$ 724 milhões). O mesmo clube de propriedade chinesa negociou ao Paris Saint-Germain Haikimi, de nacionalidade marroquina, mas nascido na Espanha, que joga de lateral ou no meio de campo (por 60 milhões de euros, ou R$ 378 milhões). Antonio Conte, técnico campeão, também foi embora. Não aceitou a cessão de jogadores importantes. Para o seu lugar chegou Simone Inzaghi.

Em compensação, o Inter contratou (a custo zero) Dzeko, atacante bósnio que estava na Roma. Dumfries, lateral-direito da Seleção da Holanda, ex-PSV Eindhoven, que sabe jogar também como meio-campo pela extrema. O turco Çalhanoglu veio do rival Milan para reforçar a linha média.

Kaio Jorge na Juventus 

A grande novidade brasileira neste Italiano é Kaio Jorge, 19 anos, ex-Santos. Resta saber se o atacante vai ter espaço para jogar ou vai ser pouco aproveitado como outros brasileiros na Itália, Gabigol, na Inter, e Pedro, na Fiorentina, ambos atualmente no Flamengo. A concorrência promete ser forte e inicialmente Kaio Jorge não deve ser titular. Além de Cristiano Ronaldo, há Chiesa, destaque da Itália campeã europeia, e outros como o argentino Dybala. O lateral-esquerdo Alex Sandro é o brasileiro que deve partir como titular na escalação juventina.  Falou-se tanto na eventual saída de Cristiano Ronaldo, mas o craque português continua lá. Gabriel Jesus, brasileiro do Manchester City, é um dos objetivos de mercado do Juventus. Aliás, as transferências do mercado de verão estão abertas até 31 de agosto.

O meia Locatelli, 23 anos, campeão europeu pela Seleção Italiana, também reforça a Velha Senhora. Ele chega do Sassuolo por empréstimo, mas com direito de compra pelo Juventus até a temporada 2022-23. Preço 25 milhões de euros (R$ 158 milhões), pagáveis em três parcelas, mais eventuais bônus 12 milhões e meio em moeda europeia, ligados ao seu rendimento técnico.

Dança dos técnicos

Outro histórico clube se reforçou para a temporada. Entre as novidades do Milan estão Giroud, atacante campeão mundial pela França em 2018, vindo do Chelsea (por 4 milhões de euros, ou R$ 25 milhões). Florenzi, lateral e meio-campo, campeão europeu pela Seleção Italiana, volta para seu país. Ele estava emprestado pelo Roma ao Paris Saint-Germain. E o clube da capital o emprestou novamente, desta vez ao Milan. Aliás, o Milan foi um dos poucos principais clubes que mantiveram o técnico da temporada passada. Stefano Pioli continua no cargo.

Por sinal, dos sete times considerados mais fortes pela crônica esportiva local, só Milan e Atalanta mantiveram seus treinadores. O Atalanta é o que menos tem tradição em relação aos demais, mas tem incomodado bastante os grandes nos últimos tempos. Gian Piero Gasperini continua no comando da equipe, que tem como um dos pontos de força da defesa Rafael Toloi, brasileiro com dupla nacionalidade, campeão europeu em julho passado pela Itália.

Os outros mais fortes mudaram de técnico. Como já foi assinalado, Simone Inzaghi substituiu Antonio Conte na Inter. A Juventus despediu Andrea Pirlo e trouxe de volta Massimiliano Allegri, ganhador de cinco dos nove campeonatos nacionais seguidos entre outros títulos pelo clube, que o havia demitido em 2019.

A Roma trocou de português. Saiu Paulo Fonseca e chegou José Mourinho. Mourinho voltou para a Itália depois do sucesso na Inter, no qual comandou o time preto e azul de Milão a vários títulos com destaque para a temporada 2009-2010, quando ganhou campeonato nacional, Copa Itália e Liga dos Campeões Europeus.

Na Lazio, Maurizio Sarri, campeão italiano 2019-20 no comando da Juventus, substituiu Simone Inzaghi, que foi para a Inter. Por sinal, a Lazio promoveu a volta do atacante brasileiro Felipe Anderson, ex-Santos, que estava emprestado ao Porto. No comando técnico do Napoli, Luciano Spalletti entrou no lugar de Gennaro Gattuso. 

Na luta contra o rebaixamento, um técnico nascido no Brasil, mas que jogou pela Seleção Italiana pela sua dupla nacionalidade, vai tentar manter o Spezia na Série A: Thiago Motta. Ele já tinha trabalhado na Itália como treinador, comandando o Genoa.

Os últimos três colocados vão descer para a Série B, que vai promover o mesmo número de times para a divisão principal. Benevento, Crotone e Parma foram rebaixados no campeonato passado. Empoli, Salernitana e Venezia, os promovidos da Série B para a Série A 2021-22.

Confira a tabela da primeira rodada (horários de Brasília) 

Sábado (21/8)
13h30 – Inter x Genoa
13h30 – Verona x Sassuolo
15h45 – Torino x Atalanta
15h45 – Empoli x Lazio 

Domingo (22/8)
13h30  – Udinese x Juventus
13h30 – Bologna x Salernitana
15h45 – Roma x Fiorentina
15h45  –  Napoli x Venezia

Segunda-feira (23/8)
13h30 _ Cagliari x Spezia
15h45 _ Sampdoria x Milan 

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