Betinho Marques

Chorando em cobrança de lateral

Em entrevista feita recentemente ao Portal FalaGalo, Hulk confidenciou se sente amado e atleticano. Relatou que não precisava ali falar aquilo para agradar o torcedor, mas que dizia o que sentia.

“Esse povo merece e posso dizer: sou atleticano”

Mal sabia que ao tratar a história com o cuidado estaria marcando seu nome na história. Hulk não mais será só amado, Givanildo, da Paraíba, está eternizado no clube de Reinaldo.

Um gesto zeloso de homenagear Reinaldo erguendo seu punho cerrado na comemoração do gol da vitória contra o Fluminense foi mais que uma homenagem, foi uma assinatura no tato, na sua inscrição à eternidade da mística do Galo.

O Atlético já teve Pierre que nunca fez um gol pelo Galo e se tornou ídolo da Massa por entender a mística, o insólito, aquilo que transcende ao concreto. Mas para isso é necessário pulsar sangue, jorrar coletividade e estar como nos tempos atuais, conectado, em simbiose, na mesma frequência.

O atleticano vê num time de 2021 um espelho do seu planejamento, que foi traçado para dar certo, meticulosamente, ponto a ponto, com estratégia desenhada por Cuca.

Quando hoje, em meio às selfies programadas, VTs para saídas em câmeras e sorrisos pasteurizados, há sim tudo isso. Mas, há de fato, quem esteja chorando em cobranças de lateral copiosamente, de forma autêntica. Há quem chore por dentro, na sua ilha, no seu quarto, com o retrato da sua mãe, pai ou avô e há quem esteja sorrindo e chorando com boletos a pagar.

Há neste momento, uma Minas Gerais anestesiada, com amigos doentes, com familiares que estão partindo ou já partiram e que nunca aparecerão nas telas ou películas de amigos famosos. Contudo, há quem esteja sim, chorando por esses dias de luta, por grandes larápios que atrasaram as taças de um povo. Porém, todos esses construíram nessa revolta da Massa, a grandeza de o atleticano brilhar a sua estrela pela sua própria essência.

O Galo vai ganhar, mas antes, porém, provou que a base da sua história foi forjada em amor pelo seu distintivo. Quando o atleticano chora para fora, chora para dentro, sorri chorando no seu leito de morte ou no seu quarto fechado, ele não faz como os hipócritas que fingem sacrifícios para demonstrar sofrimento em vídeos produzidos.

O atleticano chora porque o lateral conquistado é a justiça plena de quem conseguiu somente aquilo que era seu. As lentes, muitas vezes, retratam a realidade na sua sensibilidade, mas a tal da verdade vai muito mais além, além, além…

Já dizia Guilherme Arantes:

“Amanhã, mesmo que uns não queiram, será de outros que esperam, ver o dia raiar”.

O atleticano chora sorrindo por cada lateral, mas entender que não é o lateral depende da sua fita de DNA.

*As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do site Jogada10.

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Flávio Almeida

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