Decifrar a escalação do setor ofensivo do Botafogo, em 2023, tem sido uma tarefa árdua. Sete jogadores já desfilaram ao lado de Tiquinho, o único intocável no ataque. Com o início do Brasileirão, Júnior Santos e Victor Sá parecem estar em vantagem, mas o técnico Luís Castro segue alimentando a disputa e, hoje, reveza entre cinco principais opções a cada partida.
No empate com a LDU, por exemplo, Gustavo Sauer e Luís Henrique voltaram a ser titulares. Ambos foram muito bem nos jogos da Taça Rio, no início de abril, sobretudo na goleada por 5 a 2 sobre o Audax (com dois gols de Sauer).
No entanto, a preferência do português é, claramente, por atacantes de lado que recomponham bem e ajudem a defesa. Nesse quesito, Júnior Santos e Victor Sá são as apostas certeiras, ainda mais para os compromissos fora de casa. Correndo por fora, o paraguaio Matías Segovia ainda evolui na adaptação ao estilo brasileiro e, embora tenha mostrado qualidade técnica, não foi titular.
Excesso de jogos influi no revezamento
A questão física é outro ponto relevante da disputa. Afinal, o Botafogo entrou em seu segundo mês consecutivo com partidas a cada três dias, além das viagens nacionais e internacionais. As mudanças, dessa forma, são cada vez mais naturais.
“A densidade de jogos tem sido muita. E o que vem aí até a paragem Fifa (e junho) é uma enormidade. É algo que tem que ser repensado por toda gente. A Fifa neste momento está a pensar em obrigar as equipes a terem sempre um dia de folga na semana. Está a pensar em regulamentar aquilo que é o tempo de descanso dos jogadores. A pensar justamente em situações como esta que se passam aqui no Brasil. Em que nós jogamos meses e meses seguidos sem qualquer tipo de descanso. Isso nos leva, obrigatoriamente, a ter um elenco maior, os jogadores a terem uma capacidade de estarem sempre prontos para a competição que é o dever deles. Mas muitas vezes em condições mínimas em termos de condições físicas, táticas, técnicas e psicológicas. Muitas vezes esgotados”, refletiu Castro.
Remanescentes de 2022 em vantagem
Contratado no início de abril, Júnior Santos retornou ao clube após boa passagem em 2022. Portanto, Luís Castro o conhece e gosta muito do estilo veloz e de vigor físico. O atacante fez um gol de pura força e arrancada contra o Bahia, em Salvador, sua terra natal. Já Victor Sá também é do time formado em 2022 e só perdeu a vaga, na época, para Jeffinho, que foi vendido ao Lyon-FRA.
Por outro lado, apesar de Sá ter mais minutos no total, o líder em número de jogos na temporada é Luís Henrique. De 20 partidas, o cria da base alvinegra saiu do banco em 13. Ele é o único dos cinco mais utilizados no setor a ter contrato apenas até dezembro. Afinal, foi emprestado pelo Olympique de Marselha-FRA, para o qual o próprio Alvinegro o vendeu em 2020, por 4 milhões de euros (cerca de R$ 22 milhões).
Números em 2023 dos principais ‘pontas’ do Botafogo:
Júnior Santos (28 anos) – 7 jogos, 1 gol e 1 assistência (contrato até dezembro/2025)
Victor Sá (29 anos) – 18 jogos, 3 gols e 2 assistências (contrato até dezembro/2025)
Luís Henrique – (21 anos) – 20 jogos, 0 gol e 2 assistências (contrato de empréstimo até dezembro/2023)
Gustavo Sauer (29 anos) – 15 jogos, 4 gols e 2 assistências (contrato até junho de 2025)
Matías Segovia (20 anos) – 3 jogos, 0 gol e 1 assistência (contrato até dezembro/2026)
Autor de quatro gols, Sauer é o artilheiro entre os concorrentes. Recentemente, ele lembrou que seu desempenho no Boavista-POR atraiu o Botafogo porque sempre era escalado por lá. Com a fase atual, celebra a retomada do ritmo em seu retorno ao futebol brasileiro.
“Lá no Boavista tive uma enorme sequência de jogos. Isso dá uma tranquilidade para o atleta adquirir confiança e chegar na melhor performance. Como aqui no Botafogo estou começando a ter mais oportunidades, aos poucos meu rendimento tem melhorado também. Tudo está interligado”, disse, há duas semanas, ao ‘Lance’.
Piazon e Carlos Alberto perdem espaço
Outras duas alternativas do elenco perderam bastante espaço recentemente. Em fim de empréstimo, Lucas Piazon teve oportunidades, mas jamais conseguiu se firmar e vai voltar ao Braga-POR, no mês que vem. Já Carlos Alberto, que também não pertence ao clube, já fez 14 partidas em 2023, mas não entra em campo desde o Campeonato Carioca e não figurou em cinco das últimas seis listas de relacionados.
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