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A contratação de Bruno Tabata era desejo antigo de Abel Ferreira, que tentou levá-lo para o PAOK, quando era técnico do clube grego. Mas viu o Sporting se antecipar no mercado e assegurar o reforço. As características do meia-atacante sempre encheram os olhos do português, que dá muito valor a jogadores polivalentes.

Quando a diretoria do Palmeiras tomou conhecimento de que Gustavo Scarpa não renovaria contrato para a próxima temporada e deixaria o clube em novembro, procurou Abel. Na cabeça do treinador, Tabata seria o nome ideal para substituir o camisa 14. Mas não é bem assim.

Bruno Tabata em sua chegada ao Palmeiras – Fabio Menotti/Palmeiras

Apesar da dura negociação com o Sporting, de Portugal, em que o Verdão adquiriu os direitos econômicos do atleta de 25 anos, compará-lo com o atual camisa 14 é uma falta grave. Por mais que tenham estilos parecidos e uma notória semelhança física. O clone de Scarpa, recém-chegado à Academia de Futebol, é canhoto, atua pela direita e tem bastante técnica e velocidade.

Sua principal característica é a capacidade de articulação. Tem bom controle de bola, repertório de dribles e agilidade para sair de pressões. Varia passes rápidos, arrancadas e lançamentos. Também bate muito bem na bola. Mas não costuma ser tão decisivo quanto Scarpa em razão da tomada de decisão inferior. Esperar que ele o substitua dentro da estrutura do elenco é muito arriscado.

O ex-meia do Fluminense representa para o Palmeiras hoje algo que dificilmente se conquista em uma única temporada. Sua contribuição é impressionante. Assim, a visão de potencial sobre Tabata em meio à narrativa do substituto pode atrapalhar sua performance. Imprensa e torcida podem se encher de expectativas para a repetição desses números, algo que o novo reforço jamais alcançou em sua carreira.

Bruno Tabata e Gustavo Scarpa durante conversa: parecidos? – Cesar Greco/Palmeiras

Desde o fim da temporada 2020 no Sporting, Tabata entrou em campo 52 vezes, apenas 13 como titular. Anotou oito gols e seis assistências. A última temporada, aliás, foi a melhor dele pelos Leões, quando fez seis gols.

Nos últimos três jogos em Portugal, Tabata foi escalado adiantado e centralizado no ataque. Mas rende melhor como um meia por um dos lados, com liberdade para flutuar ao centro do campo a fim de explorar as costas dos volantes, do mesmo modo como Scarpa já executou algumas vezes. Abel pretende utilizá-lo assim: revezando como meia e ponta.

Caso o Palmeiras elimine o Atlético nesta quarta-feira, será reforço para a semifinal da Libertadores. Ele já está inscrito para o Campeonato Brasileiro. Tabata pode se tornar titular. Tem futebol para tal. Os próximos cinco meses de ambientação ao que será proposto por Abel exigirão do novo reforço adaptação e evolução dentro do time.

Nesse aspecto, a chegada do clone antes da saída de Scarpa ajuda a evitar comparações. Sempre maléficas e desnecessárias.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10

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