Com Dodi, Fluminense repete roteiro conhecido do torcedor

Um jogador pouco badalado começa a se destacar, se firma como titular, vira peça decisiva e não renova contrato, para acertar com outro clube. Essa é a história de Dodi, mas também pode ser de muitos outros que passaram recentemente pelo Fluminense. A lista nos últimos anos é grande: Júlio César, Everaldo, Allan e Danielzinho são apenas alguns exemplos.

A grave crise financeira e a dificuldade de conseguir um projeto esportivo forte fazem com que o Tricolor vire um clube de passagem ou trampolim para jogadores que se destacam e ganham nome no mercado. Sem condições de concorrer com outros mais bem estruturados, o Fluminense se vê refém ao fim dos contratos, sem conseguir renovar com seus destaques.

Em 2018, o goleiro Júlio César saiu do banco para fazer uma de suas melhores temporadas na carreira. Inclusive, salvou o Fluminense do rebaixamento ao pegar um pênalti na última rodada contra o América-MG. Mas o contrato se encerrou e ele preferiu ir para o Grêmio, onde foi receber mais e em dia, apesar da reserva.

Lista engrossa em 2019

Pouco tempo depois, já em maio de 2019, foi a vez do atacante Everaldo. Contratado por empréstimo junto ao São Bento, ele não aceitou a proposta salarial do Fluminense, que não conseguiu comprá-lo e perdeu de graça para o Corinthians.

Ao fim da temporada passada, Allan e  Danielzinho se valorizaram com a boa temporada no Fluminense. Pouco conhecido no futebol brasileiro, o volante chegou à seleção olímpica e não quis renovar, acertando com o Atlético-MG. Também por questão financeira, além da esportiva.

Mesma situação do meia, revelação de Xerém, que até então não tinha se firmado e recebia um dos menores salários do elenco. Virou titular, cresceu e também não quis continuar ao fim do ano, acertando com o Bahia.

Outros jogadores que chegaram em 2019 por empréstimo de um ano também não ficaram, apesar do desejo da diretoria em mantê-los. Foi o caso de Yony González, que acertou com o Benfica e foi emprestado ao Corinthians, e de Caio Henrique, que queria permanecer, mas o Atlético de Madrid o emprestou ao Grêmio, que fez oferta melhor.

Mais recentemente, o Fluminense perdeu Evanilson, até então artilheiro e um dos destaques desta temporada. Nesse caso específico, a diretoria demorou a renovar com o atacante em 2019 e quase o perdeu de graça. Teve que aceitar um empréstimo via Desportivo Brasil, clube gerenciado pelos empresários do jogador. Mas na primeira proposta da Europa, Evanilson foi para o Porto, sem que o Tricolor pudesse fazer algo.