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Com muita polêmica, Cruzeiro e Minas Arena seguem sem entendimento

Cruzeiro e Minas Arena, empresa que administra o Mineirão, tiveram um novo embate, na tarde desta terça-feira (4), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Todavia, cada lado defendeu seus interesses e nada ficou resolvido. Restaram as polêmicas.

Cruzeiro não mandou jogos no Mineirão em 2023 – Staff Images/Divulgação Cruzeiro

Na conversa na Comissão de Esporte, Lazer e Juventude de Minas Gerais, o objetivo era debater a execução do contrato. No entanto, é preciso explicar toda a situação. A Minas Arena tem um contrato com o Governo de Minas Gerais sendo uma PPP (Parceria Público-Privada), firmado em 2010. Na ocasião, a empresa fez as obras de revitalização e melhorou a estrutura do estádio para o usuário.

Aliás, para isso acontecer, no plano de negócios, foi gasto R$ 677 milhões em obras. Com valores atualizados, isso gira em torno de R$ 1,4 bilhão. No entanto, o Estado tinha uma contraprestação paga para a concessionária de 120 parcelas de aproximadamente R$ 6 milhões. Esses valores eram pagos até 2022.

Porém, neste momento entra a reclamação dos clubes – sobretudo o Cruzeiro. No contrato, existe a previsão de 66 datas para o futebol. Somente nesta temporada 2023, pelo menos em duas oportunidades, os clubes não puderam mandar seus jogos no Mineirão por causa de shows, algo que vem irritando os dirigentes.

Diante disso, o Estado decidiu instaurar um comitê para definir o calendário do futebol no estádio em 2023. O objetivo é ter representantes dos clubes, Minas Arena, Governo do Estado e representantes da sociedade civil para esclarecimentos e planejamento. Isso porque foi visto em levantamento feito pelo Governo de Minas que o estádio recebe 46 partidas em média por ano.

Polêmicas entre Cruzeiro e Minas Arena

O Cruzeiro encaminhou duas propostas para a Minas Arena para ter um novo contrato com a empresa. No entanto, as partes não chegaram a um acordo. A Raposa quer participação nas receitas do estádio em dias de jogos. A concessionária, todavia, não gostou da proposta. Além disso, liberou 54 mil cadeiras para o clube vender.

Gabriel Lima, CEO do Cruzeiro, criticou a gestão da Minas Arena – Reprodução

Segundo Gabriel Lima, CEO da SAF do Cruzeiro, várias tentativas existem para um acordo, mas “aparentemente” a Minas Arena não quer receber partidas de futebol.

“O Cruzeiro tentou por inúmeras vezes chegar a um acordo e ter condições de jogar no estádio. Volto a falar, pertence ao governo e está temporariamente cedido à iniciativa privada. Fizemos uma série de propostas para Egesa, HAP e Construcap, as construtoras que formam o consórcio. Todas elas seguindo padrões mínimos praticados em estádios cedidos ao redor do mundo. Nenhuma delas foi aceita, não sei explicar o porquê”, afirmou o dirigente, em evento na ALMG.

“Me parece que não há qualquer interesse em ter futebol no estádio. As propostas da Minas Arena apresentam condições piores das que tivemos no ano passado, quando já eram totalmente inaceitáveis e não respeitavam o valor do Cruzeiro e sua torcida. Nenhuma participação em receita comercial, venda de comida e bebida e camarotes. Não é justo e não tem quem me convença do contrário”, acrescentou.

Durante a reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nessa terça-feira, o diretor da Minas Arena, Samuel Lloyd convidou a torcida do Cruzeiro presente no local para ir até o estádio no domingo assistir a final do Campeonato Mineiro. A situação revoltou ainda mais os celestes, já que a Raposa caiu nas semifinais. Ele se desculpou horas depois.

A Minas Arena, no entanto, confirmou que a data para o dia 25 de abril, para o jogo entre Cruzeiro e Náutico, está disponível. A diretoria da Raposa, todavia, ainda não respondeu.

Um problema antigo

Cruzeiro e Minas Arena chegaram a firmar um contrato em 2013, na época do presidente Gilvan de Pinho Tavares. Na ocasião, o acordo não tinha exploração comercial. O detalhe na época é que o Cruzeiro teria um valor mensal para a Minas Arena pela exclusividade de jogos. No entanto, no mesmo ano a relação foi estremecida, já que o Atlético mandou seus jogos no estádio, inclusive a final da Copa Libertadores.

No entanto, na época, o Galo aproveitou uma brecha no contrato que previa quatro datas anuais do estádio para o Estado. O time alvinegro, portanto, conseguiu isso diretamente com o Governo.

A Raposa, todavia, se irritou com o caso. A diretoria da época não recorreu à justiça, mas deixou de pagar o valor fixo firmado em contrato. Até hoje a situação se arrasta.

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Marcellus Madureira

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