Chegou a hora da estreia de Bruno Lage no Botafogo. Seis dias após o desembarque no Rio de Janeiro e de sua apresentação oficial, o treinador recebeu o visto de trabalho e deve estar no banco de reservas para o jogo contra o Patronato Paraná, às 19h desta quarta-feira, no Nilton Santos, pela Sul-Americana. Foram dois treinos sob seu comando, após a transição gradativa da comissão técnica interina. Agora, só a falta a regularização na CBF, o que não ocorreu, até o fim desta terça, por falta de documentação. Mas há confiança interna de que vai sair a tempo.

Aliás, Cláudio Caçapa concluiu seu trabalho com quatro vitórias e 100% de aproveitamento. Com a adição de “uma coisinha aqui e ali”, o ex-zagueiro manteve a estrutura de Luís Castro e contou com a confiança dos jogadores, que o abraçaram com a mesma energia. Neste período, Lage acompanhou, pela televisão ou in loco, como no último sábado, uma equipe que se adapta ao adversário e “sabe sofrer”.

Bruno Lage e parte de sua comissão técnica no CT Lonier, do Botafogo – Foto: Vitor Silva/Botafogo

Com histórico de trabalho na base e no profissional do Benfica, Lage foi parar na Premier League. Apesar de os resultados não terem tido muito destaque – afinal, foi demitido após três meses da última temporada -, o perfil se encaixou com o tipo de jogo, com saída de bola de qualidade e bastante agressividade, com apoio dos pontas, no último terço do campo. Em sua chegada ao Glorioso, o português falou sobre o tema.

“Gosto de ver uma equipe agressiva no ataque. Isso depende muito dos jogadores. Já senti que os jogadores do Botafogo têm esse perfil. Não me interessa se perdemos muito tempo a tocar a bola, variar o jogo… Mas é importante que a equipe tenha essa agressividade quando chegar ao terço final. Esses jogadores são fortes nisso. Preciso sentir que somos agressivos no terço ofensivo”, afirmou, na coletiva, no Nilton Santos.

BOTAFOGO, O TIME ‘CAMUFLADO’

Nos cinco dias de convivência, Caçapa foi importante para passar a essência do grupo a Lage. E disse crer que o treinador não terá dificuldade em trazer os jogadores para seu lado e corrigir eventuais pequenos defeitos para manter o Botafogo no mesmo rumo.

“O que eu falei para o Bruno é que, quando cheguei, o grupo me abraçou. Não precisei fazer muita coisa. Uma das coisas que eu pedi ao grupo foi que fizessem com ele a mesma coisa que fizeram comigo, abraçar o Bruno e a comissão, trabalharem da mesma forma. Por enquanto não ganhamos nada, ainda está muito longe para cravar que o Botafogo vai ser campeão, mesmo que eu acredite muito. É degrau por degrau, passo a passo, muito trabalho. O Bruno é muito inteligente, nem precisei falar muito, ele sabe o que precisa colocar. Alguns pontos precisam ser melhorados, com certeza. E ele vai fazer. O mais simples vai ser o melhor para ele e para o grupo.

Bruno Lage tem desafios importantes pela frente – Foto: Vítor Silva/Botafogo

Ainda sob a orientação de Castro, Tchê Tchê falou uma frase interessante. No mês passado, ao fim da vitória sobre o Cuiabá, fora de casa, em que o rival dominou o Alvinegro no primeiro tempo, o meio-campo definiu uma das melhores características do time: “Somos um time que sabe bem como se camuflar diante de algumas adversidades, ficamos felizes por isso estar dando certo”.

Houve partidas, principalmente no Niltão, em que o Botafogo foi dominante, eficiente e deu raras chances ao adversário, como frente ao Atlético, ao Fluminense e ao. Por outro lado, “deu o bote certo” após ser acuado em boa parte dos duelos com Cuiabá, Palmeiras e Grêmio, por exemplo. Ou seja, nem sempre é um time “reativo”, termo da moda que frequentou as pautas dos jornalistas nos últimos três meses.

Na provável estreia como treinador de Bruno Lage, o Alvinegro pode até perder por um gol de diferença para o Patronato que se classificará para as oitavas de final da Sul-Americana. Na próxima fase, o Guaraní-PAR está à espera.

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