Como o estilo de jogo do técnico Luís Castro pode fazer o Botafogo deslanchar

Luís Castro assume o Botafogo neste sábado e os torcedores estão ansiosos pela chegada do técnico. A confirmação aconteceu no início desta semana, quando o Al-Duhail emitiu uma nota, informando o desligamento do treinador no dia 18 e a transferência para o Alvinegro após a final da Copa do Emir. Mas como será a adaptação do técnico português no Brasil?

Ainda em fevereiro, Luís Castro manifestou um grande interesse de assumir a equipe carioca. Fez análises sobre o elenco, estudou o futebol alvinegro e dos seus principais rivais e aproveitou para ficar mais antenado sobre as competições nacionais. Nos bastidores, já aconteceram reuniões com o departamento de futebol e o treinador chegou a recomendar boa parte dos reforços que estão chegando para o início da temporada, como Renzo Saravia (ex-Porto e Internacional), Victor Sá (Al-Jazira) e as indicações de Gabriel Pires (Benfica) e Bruno Tabata (Sporting Lisboa).

O Botafogo deu carta branca para Luís Castro, confiando no seu potencial, conhecimento e experiência no futebol Europeu. Por isso, o clube também tem trabalhado para contratar jogadores internacionais e brasileiros que atuam no continente. Ao Jogada 10, o influenciador Guilherme Cardozo, do canal “Gigante Glorioso”, reforçou que é importante o treinador ter carta branca para tomar decisões, mas com moderação.

“Acho providencial que a montagem da espinha dorsal do elenco passe por todos os setores do futebol alvinegro, mas é essencial que comece com o Alessandro Brito, Raphael Rezende, Bruno Noce, porque assim se evita o jogador indicação de treinador. Luís Castro atualmente analisa o perfil dos atletas e dá seu ok ou faz suas ressalvas. Não à toa alguns reforços já passaram pelo futebol português ou pelo oriente médio, caso do Saravia, do Victor Sá, Gabriel Pires, Tabata, entre outros. Essa carta branca é positiva, mas sempre com moderação do setor de inteligência”, disse Guilherme Cardozo.

Estilo de jogo

Luís Castro demonstra se preocupar com a boa relação do time que treina e valoriza a posse de bola, sempre tentando chegar ao campo ofensivo através de passes curtos e triangulações. Assim, ele consegue criar o cenário ideal para abrir espaços para finalizações. Em vídeo, o auxiliar do técnico, Vítor Severino, mostrou como a tática funciona dentro de campo.

O esquema mais utilizado por Luís Castro é o 4-2-3-1, podendo variar para o 4-3-3. Pelos times por onde passou, o treinador deixou claro a sua preferência pela posição de volante. Sendo assim, independentemente do esquema, as equipes tinham um primeiro volante responsável por dar o embalo e ser uma boa opção para dar e receber passes, levando o time para o ataque.

Essas características movimentam diferentes setores da equipe, fazendo com que zagueiros e os próprios goleiros tenham mais facilidade para jogar com a bola no chão e mantenham a linha alta na defesa. Por isso, a posição do volante é tão importante para o treinador, ela influencia todo o rendimento do time.

“O volante é determinante na equipe, é um farol. Quando a equipe está perdida ou em apuros tem que procurá-lo. A equipe tem um coração e são os jogadores que estão no meio, que decidem os caminhos que vão a bola. O volante é o jogador que faz jogador, o jogador que equilibra, que faz rupturas, que dá apoio ao triângulo… é tudo. Tem que perceber onde estão os espaços para entrar e roubar. O jogo é uma constante conquista de espaços. Eu quero conquistar e roubar o do adversário para que ele não jogue. Tem que ser um jogador muito cerebral”, disse Luís Castro no programa  “The Pitch Invaders”.

Histórico com volantes

Nos times por onde passou, Luís Castro sempre buscou um bom primeiro volante, que conseguisse guiar a equipe. No Rio Ave, o sérvio Radosav Petrovic, que atua no Almería (ESP) fez esse papel; No Chaves, foi o canadense Stephen Eustáquio, que se destacou e hoje atua no Porto; No período no Vitória de Guimarães, Pepê, atual Famalicão, foi o responsável pela posição; No Shakhtar Donetski dois jogadores alternaram: o brasileiro Marcos Antônio e Taras Stepanenko. No Al Duhail, último clube que treinou antes de vir para o Botafogo, Assim Madibo era o primeiro volante.

Atualmente, disputam a posição no Alvinegro Fabinho, Barreto e Breno, mas o Glorioso ainda está em tratativas para a contratação de Patrick de Paula, do Palmeiras, e Gabriel Pires, do Benfica. Porém, desses jogadores, somente o Patrick e Gabriel demonstram ter as características que Luís Castro precisa para fazer o time alavancar.

“O estilo de jogo imposto pelos times do Luís Castro exige volantes que saibam fazer essas rupturas e ainda sair jogando, seja com um primeiro passe de qualidade, seja com lançamento, e até mesmo pisando na área. Patrick de Paula teve o aval do português porque tem essas características, afinal já conta com nove gols no profissional do Palmeiras. O Gabriel Pires a mesma coisa, sabe sair jogando, pisa na área, fez até gol no último jogo da semifinal da Copa do Emir, e dá equilíbrio ao meio do Al-Gharafa. Talvez no elenco de hoje o Botafogo não conte com ninguém que tenha essas características: Barreto, Fabinho e Breno são primeiros volantes que agridem na marcação, porém não possuem essa competência na saída de bola. O provável retorno do Oyama será positivo nesse sentido, assim o Luís Castro poderá contar com pelo menos dois volantes (caso o Patrick feche com o Botafogo) que possibilitem seu estilo de jogo”, comentou Guilherme Cardozo.

No Botafogo, o estilo de jogo adotado pelo técnico Luís Castro poderá trazer ao time uma maior movimentação e assertividade nos passes, que tem sido um grande problema. A chegada do técnico, de reforços internacionais e de uma reestruturação do clube por conta da SAF tendem fazer o clube voltar a se tornar um grande destaque no cenário nacional e internacional se as pretensões de John Textor se concretizarem.

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